Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...
Comentários
do da drª. Helena Sacadura Cabral.
Vi o seu comentário lá e a resposta
que ela lhe deu que eu subscrevo.
Amiga tudo se tem que superar. Eu
tive um relacionamento de amizade
com uma amiga durante 40 anos,acom-
panhei o nascimento dos filhos, o
seu crescimento, toda a sua vida,
ajudei em tudo o que pôde, ela
fazia férias connosco, enfim era como se fosse uma irmã, e ao fim
de 40 anos ela acabou com a nossa
relação não se importando absoluta-
mente nada com o meu sofrimento.
Tinha novas amizades, pessoas com
mais dinheiro, mais perto dela, eu
vivia um pouco longe, mais importantes a nível social do que eu, portanto eu podia ser deitada
fora.Obviamente que um marido, o pai dos seus filhos é bem diferente,mas também bão foi digno
de si. Sei que será uma grande
responsabilidade criar sozinha os
seus filhos, espero que tenha apoio
familiar e que tenha capacidade de
superar. Tente nunca ir abaixo...
Um grande beijinho e desculpe estar
aqui com toda esta conversa.
Tenho 65 anos, alguma experiência
de vida, penso eu.
Beijinhos
Irene Alves
O efeito que as palavras da Dra. Helena Sacadura Cabral tiveram em mim foram soberbos, as suas também me encheram de força e ajudam-me a preencher aquilo para o qual deixei de tentar procurar explicações. Vou viver, pois deixei de o fazer durante algum tempo.
Muito obrigada e um beijinho para si também