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A mostrar mensagens de dezembro, 2020

Sucedem-se foguetes

 Na noite de Natal eram bastante audíveis e por momentos pensei estar na semana errada. Hoje, de rajada, já ouvi outros tantos. Mas por que raio andam a lançar foguetes indiscriminadamente nos últimos dias!? Não tenho nenhum problema contra a felicidade alheia, mas nos tempos que correm parece-me uma tremenda falta de gosto e sensibilidade esta manifestação de uma certa euforia, vá-se lá saber o porquê.

E depois há uma certa exclusividade

 Onde é que se tinha o privilégio de ter uma sala de cinema só para si!?

E que tal partilha de informação útil?

 É que já não se aguenta em todos os espaços informativos mais de metade da emissão ser dedicada à vacinação anti-Covid com direito a imagens da seringa a perfurar o braço de cada um. Compreendo a comoção face à primeira toma da primeira pessoa agraciada com a sua dose...mas, já cansa. Na verdade estamos todos muito cansados destes Updates diários que não contribuem em nada para uma maior informação da população em geral. O que também não deixou de me causar estranheza foi a primeira enfermeira a administrar a vacina em Portugal, talvez com a preocupação de aparecer bem na televisão, preocupar-se pouco em seguir as etiquetas de segurança a que a sua profissão obriga: sem luvas e bastante maquilhada pelo menos ao nível dos olhos. Não percamos o foco; trata-se de uma pandemia, não de um reality show!

Tanta preocupação com o ambiente...mas só quando convém

 Anos a fio a história repete-se. Após as festas, estejamos em época de “vacas gordas” ou não, não há contentor do lixo por que passe que não esteja acima da sua capacidade e na área de chão/estrada circundante acumulam-se os restos de tudo o que se possa imaginar: papéis de embrulho, caixas de brinquedos e de aparelhos eléctricos e electrónicos, lixo orgânico e até há quem aproveite para lá colocar a porcaria que foi acumulando nos últimos meses. Verdadeiras lixeiras é a paisagem que temos nestes dias. Ora os senhores da recolha de lixo também descansam, festejam o Natal e afins e têm direitos descansar. Não seria porventura mais sensato se cada um ao ver que os contentores na rua já estão a chegar à sua capacidade máxima guardasse por um dia ou dois o saquinho de lixo fechado dentro decrua casa e contribuísse assim para uma maior limpeza e salubridade do sítio em que vive!? Custa assim tanto!? É triste que a minha consciência ambiental me permita fazê-lo desde sempre sem esforço. Não

Quando testemunhamos na pele que há sempre quem tire partido das desgraças

 Unidade hospitalar privada. Exames complementares de diagnóstico. Pagamos o que nos compete já depois de descontado o valor que fica a cargo da seguradora ou outros sub-sistemas de saúde. Até aqui tudo bem. O que me parece escandaloso é exigirem o pagamento de 25€ à parte para cobrir os equipamentos de proteção utilizados pela equipa médica, isto é, máscara, luvas descartáveis, bata e eventualmente viseira. No meu entender isto é um abuso. Na época pré-Covid não pagávamos isto, pelo menos desta forma descarada. Por outro lado o valor destes equipamentos, para uma unidade que compra milhares de unidades parece-me deveras inflaccionado.  É triste este aproveitamento, num tempo em que deveria existir cada vez mais união e solidariedade.

Há quem lhe chame caça, eu chamo matança

 Não havia necessidade...

A tenacidade dela inspira-me

 Há dois dias pegou num novelo de lã para fazer pompons. Mas...não sabia fazê-los e andou a ver uns tutoriais. No fim aquilo não saía bem. Irritou-se, chorou, barafustou. Eu, sei fazê-los, contudo naquele momento não pude deitar mãos à obra. Entretanto foi-se deitar e quando acordou no dia seguinte percebi que ainda não tinha aceite o facto de não ter sido capaz de fazer os pompons. Foi para a escola, regressou, voltou a ver mais uns tutoriais e eu...dei de caras com eles:  Com direito a olhos e tudo. E disse-me depois assim: “sabes que eu enquanto não consigo, não desisto mamã!” Excelente ponto de partida para triunfar, a minha menina. Lutadora quanto baste.

Josh Groban - You Raise Me Up (Official Music Video) | Warner Vault

Mas como nem tudo são tragédias, também calha amar e estar junto

 
 

Hoje era o dia dela

 Sempre foi e sempre será porque jamais será esquecida. 89 anos faria a minha avó e consigo imaginá-la mais velhinha com aqueles olhos azuis vivos e alegres e a gargalhada forte. Tive uma avó extraordinária que me deixou um legado nobre. Tinha um forte carácter, era uma pessoa digna e integra...e era tão, mas tão bonita. Talvez se tenha abatido mais uma vez a sua força em mim que, tendo um assunto chato e que vai dar pano para mangas pendente, hoje  foi o dia para iniciar o processo moroso de o resolver. É triste que quase tudo na vida se conquiste literalmente com muito sangue, muito suor e muitas lágrimas.  Um beijo minha avó, daqui até ao céu.

O que terão em comum estes dois senhores!?

 Certamente uma coisa ou outra, mas para a minha filha têm laços de parentesco, pois para ela, são iguais. E na verdade...olhando bem....
 Sou mãe. Fiquei abananada com a notícia da morte da filha do Tony Carreira. Não interessa se conhecemos as pessoas, se o seu género artístico nos agrada, se nutrimos por eles simpatia, se os seguimos ou não...é uma família que é conhecida no nosso panorama, fomos vendo aqueles miúdos crescer e tornarem-se adultos, géneros musicais à parte, vê-se que aqueles pais transmitiram bons valores aos filhos. E a miúda que ainda por cima tinha um ar tão doce e era tão bonita, morre assim num acidente brutal. São uns pais que perderam uma filha, a sua menina, uns irmãos que perderam a sua princesa, uns avós que perderam a sua neta, os amigos e todas as pessoas que dela gostavam. São momentos destes que me levam a ficar quieta   no meu canto, agradecer cada oportunidade que a vida me tem dado, porque quando ela nos tira algo, é de facto a doer bem lá no fundo.

Passagem do livro que estou a ler agora

 Diálogo entre prisioneiros em Auschwitz-Birkenau. A dicotomia entre a esperança, a perda de fé e o amor...ou sua ausência.

Ainda não eram 7 da manhã

 E eu, que até dormia tranquilamente, sou abruptamente acordada pela minha filha, com energia de 4 da tarde, sem sequer me deixar abrir os olhos sem sobressalto. "Mãe, achas normal uma pessoa andar de saltos altos e fazer barulho a esta hora? Fez-me acordar cedo..." A miúda tem sempre justificações para acordar cedo e mais ainda para me colocar em sobressalto de madrugada. Ainda tentei dormitar, mas não me deixaram. Não a pessoa que anda de saltos altos, foi mesmo a minha filha que depois decidiu querer conversar sobre tudo e mais alguma coisa e vociferar com o gato. Enfim, as maravilhas da maternidade.

Esta miúda...

 O último teste da primeira bateria foi de Matemática. No dia em que o fez chegou muito triste porque tinha feito mal umas contas (disse ela) e que se calhar ia ter uma má nota. Lá lhe expliquei que um exercício errado não arrasta uma pessoa para uma “má” nota, seja lá isso o que for e que mesmo que aconteça, eu sei que não é por falta de trabalho da parte dela portanto o caminho faz-se seguindo em frente, aprendendo algo com os desvios. Correu mal, paciência. Para a próxima trabalha-se mais um pouco para compensar. Hoje trouxe a nota: Muito Bom! ...I rest my case...

Último mês

 A sério? O nefasto 2020 está mesmo a terminar? Que capicua de má memória. Se me pedissem para definir este ano numa palavra, escolheria perda. Não se tratou de uma perda isolada, mas creio que todos nós perdemos algo ou alguém neste ano que vai ficar na memória de todos, sobretudo por motivos tristes. Contudo há que estar atento ao que de bom se passa à nossa volta. No fundo é o que levamos daqui. Sinto que os próximos dias serão mais sombrios e introspectivos. Na minha família pelo menos nada voltará a ser como antes, a minha base foi desaparecendo, e resta apenas a minha mãe, não sendo segredo que temos as nossas crises, as nossas divergências e será sempre assim. A partida do Zé dói; é muito confortável saber que temos os nossos entre nós e quando eles partem sentimos que ficou tanto por viver e partilhar, passou tudo demasiado rápido. Depois tenho a continuidade - a minha irmã e a minha filha. As minhas meninas. O futuro. São elas o futuro e espero que toda esta tempestade acalme