Já em movimento uniformemente acelerado para sair de casa, preparo-me para sair da sala e faço-lhe a seguinte referência, dado o facto de que o ritual dela da manhã é tomar o pequeno almoço na companhia dos desenhos animados:
"Quando saíres da sala, não te esqueças de desligar a televisão por favor; estou à tua espera à porta de casa!"
Levo com a seguinte resposta:
"Só por casusa disso já não desligo. Toma lá que é para aprenderes!"
Perante uma notória tentativa de inversão de papéis, o dia tinha começado para mim a escassos minutos, não era hora para começar um litígio, limitei-me a seguir o meu percurso e dizer, como que a reforçar a minha primeira frase:
"Obrigada filha"
Saiu da sala a rir, deu-me um abraço, uns beijos no braço esquerdo, televisão desligada e lá saímos de casa muito amigas, sem quaisquer referências ao que de menos correcto se tinha passado há uns segundos atrás.
Com o (mau) feitio da minha filha, o fazer de conta que não se percebe, na maioria das vezes, até resulta. Mas também já percebi que da forma como o mau génio estava de manhã, o final do dia deve prometer.
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