Com cerca de 2 horas de vida, depois de horas infindáveis em trabalho de parto e sem comer, fraca pelo esforço que a ocasião exigia, levaram-na por escassos momentos para o berçário para eu poder "almoçar" - já eram para aí umas seis da tarde.
Foi de facto o tempo de a levarem do quarto em que eu estava a fazer o recobro e caso tudo tivesse corrido bem, o mesmo quarto em que ela devia ter nascido, para o berço e eu ouvia e distinguia claramente o choro da minha filha.
Só podia ser ela. Que sofrimento. Lá pedi à enfermeira para a ir buscar; a enfermeira contestou dizendo que eu estava fraquíssima e que ela estava bem, mas eu comecei numa angústia que a senhora acabou por ir buscar a Bébécas. Ela não chorava, ela berrava a plenos pulmões.
Chegou perto de mim, com a boca em formato de smile no sentido inverso, mal sentiu o meu cheiro calou-se - e a enfermeira a servir de ama seca enquanto eu terminava o meu "almoço".
E desde sempre assim foi; é incrível que no meio de uma multidão de bebés uma mãe conhece perfeitamente o choro da sua cria. Nesta fase é não só o choro, como as gargalhadas, os gritos de êxtase, efusão e alegria.
A novidade é o prazer que lhe dá dar gritos estridentes dentro dos prédios; já apanhei vergonhas do género das pessoas abrirem as suas portas e virem em nosso socorro a pensar que estávamos a ser assaltadas!
Sobe-me um rubor pela face acima e ao mesmo tempo dá-me uma vontade de rir extraordinária; é que eu lembro-me que era exactamente igual.
No nosso palácio, na casa da avó e dos amigos do costume, já somos conhecidas e toda a gente já conclui que a Bébécas vai a sair - sim, porque isto apenas acontece à saída, tal como em Coimbra que tem mais encanto na hora da despedida.
Agora quando a ocasião é mais formal e pede descrição, forget it; não há descrição possível e a minha filha acaba por ser o motivo da risota geral, graças à sua displicência e muita graça.
...mas às vezes penso "não olhem para mim, não a conheço, não fui eu" - mas a cara dela não engana.
Quem sai aos seus não degenera.
E divirto-me, no fundo acho-lhe mesmo imensa piada.
Foi de facto o tempo de a levarem do quarto em que eu estava a fazer o recobro e caso tudo tivesse corrido bem, o mesmo quarto em que ela devia ter nascido, para o berço e eu ouvia e distinguia claramente o choro da minha filha.
Só podia ser ela. Que sofrimento. Lá pedi à enfermeira para a ir buscar; a enfermeira contestou dizendo que eu estava fraquíssima e que ela estava bem, mas eu comecei numa angústia que a senhora acabou por ir buscar a Bébécas. Ela não chorava, ela berrava a plenos pulmões.
Chegou perto de mim, com a boca em formato de smile no sentido inverso, mal sentiu o meu cheiro calou-se - e a enfermeira a servir de ama seca enquanto eu terminava o meu "almoço".
E desde sempre assim foi; é incrível que no meio de uma multidão de bebés uma mãe conhece perfeitamente o choro da sua cria. Nesta fase é não só o choro, como as gargalhadas, os gritos de êxtase, efusão e alegria.
A novidade é o prazer que lhe dá dar gritos estridentes dentro dos prédios; já apanhei vergonhas do género das pessoas abrirem as suas portas e virem em nosso socorro a pensar que estávamos a ser assaltadas!
Sobe-me um rubor pela face acima e ao mesmo tempo dá-me uma vontade de rir extraordinária; é que eu lembro-me que era exactamente igual.
No nosso palácio, na casa da avó e dos amigos do costume, já somos conhecidas e toda a gente já conclui que a Bébécas vai a sair - sim, porque isto apenas acontece à saída, tal como em Coimbra que tem mais encanto na hora da despedida.
Agora quando a ocasião é mais formal e pede descrição, forget it; não há descrição possível e a minha filha acaba por ser o motivo da risota geral, graças à sua displicência e muita graça.
...mas às vezes penso "não olhem para mim, não a conheço, não fui eu" - mas a cara dela não engana.
Quem sai aos seus não degenera.
E divirto-me, no fundo acho-lhe mesmo imensa piada.
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