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A penúltima

Estava eu a arranjá-la para sairmos, a bancada dela dá-me um jeito bestial; jamais tive que mudar fraldas e vesti-la em cima da minha cama naquela posição que tanto faz doer as costas. Até hoje continua a fazer a sua higiene na bancada que lhe comprei na Feira do Bebé de 2010 e que por acaso é muito bonita; em madeira, com os forros em rosa, dois cestos para guardar as coisinhas, tudo como manda o figurino. Bem, a bancada está relativamente perto da porta do quarto, eu a vesti-la, pôr os cremes e tal e ela a esticar-se toda para fechar a porta. Aquilo estava a tornar-se complicado, pois eu não conseguia tratar dela em condições: Digo eu: "Beeeeemmmmmmmm" E ela a apontar para a porta: "Beeeemmmmmmm" E eu a apontar também de seguida para a porta: "Não....isso é a porta. Por-ta!" É só rir.

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 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...