Avançar para o conteúdo principal

Mãe é sempre mãe

Estava eu ao telefone com a minha mãe a contar-lhe as coisas banais do dia-a-dia e às tantas comentei-lhe que já não me lembrava muito bem das artimanhas da numeração romana e que tinha que ir ver a tabela de correspondência de alguns números para depois explicar à miúda, porque aquilo não lhe está a entrar na cabeça e confesso que me lembro do básico, mas fórmulas imensas não ia lá.

Diz-me a mãe assim:

"Ah, a mãe explica num instante. Então 500 = D, 50 = L, 100 = C, 1000 = M, por exemplo, o ano em que tu nasceste é MCMLXXVII. Estás a perceber?"

E eu: então o "CM" porquê? A lógica não são 4 C's?

"Não filha, porque não podes ter quatro letras iguais seguidas. Nesse caso a lógica é a subtracção, ou seja, a letra à esquerda significa que estás a retirar cem a mil, o que dá novecentos!"

Ahhhh, boa, é isso mãe, disse eu. E pensei, o pessoal da outra geração, em que estudavam os rios e os caminhos de ferro de Portugal e das Colónias, tem realmente uma cabeça…

E também não deixei de pensar que quando temos um problema ou dúvida, por mais insignificante que seja, a mãe tem sempre a resposta.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...