Avançar para o conteúdo principal

Uma questão de estatuto

As minhas memórias mais longinquas trazem-me sempre letras e livros. Lembro-me de ser muito pequenina, ainda dormir na cama de bebé e a minha mãe contar-me uma história ao deitar.

E o que é facto é que comecei a ler muito cedo, com 5 anos já eu dominava a arte, com a eloquência própria da idade.

Tive uma fase em que os livros eram os meus melhores amigos; não os da escola, mas obras de Julio Verne, Vitor Hugo, Tolstoi e até Karl Marx, isto com os meus 11/12 anos. Eu queria era ler.

E então, um dos meus sonhos de criança era um dia ter muito dinheiro, para ter uma casa muito grande que me permitisse ter uma assoalhada só dedicada aos livros, do chão, ao tecto.
Não era um escritório vulgar que eu idealizava, era mesmo uma grande e memorável biblioteca.
Ficou o sonho, não tenho muito dinheiro, nem tão pouco uma casa tão espaçosa que me permita tal devaneio, mas já cheguei à fase em que por cada prateleira de livros, tenho duas fileiras carregadinhas deles.

E ando a pô-los no lugar e ando a folhear uns Tolstoi que andavam esquecidos, a guardar uns Freud que o Honey me ofereceu recentemente, o Budapeste do Chico Buarque que me trouxe à memória a viagem que lá fiz há 6 anos atrás...e é nestes pequenos momentos, nestes pequenos nadas, e falando com alguns dos amigos de sempre e outros mais recentes mas não menos importantes que concluo que quase me deixei embrutecer, que quase deixei de ligar ao que sempre tanto me fascinou; as letras, as artes, a cultura, o belo.

Nunca é tarde, de facto, para recuperarmos a energia que espíritos inquietos nos tentam e quase que conseguem sugar...e aí volta a Fénix a renascer.

É o que sinto...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Ritz - Quinceañera

 Mas como é que já se passaram 15 anos desde aquele dia em que finalmente a conheci e senti que já a conhecia desde sempre. Não a ela em si, mas à essência dela, à presença dela em mim. Bem que dizem que os filhos são sangue do nosso sangue, carne da nossa carne e senti que uma parte de mim se havia desprendido e estava pronta a desbravar terreno, desenvolver-se, superar-se e ser uma muito melhor versão dos seus ascendentes. Aí estava a minha borboleta, a minha Tinkerbell, a minha Bébécas, a riqueza de sua mãe, o pequeno demónio, a princesa....a Ritz. O livro em aberto que a cada dia ganha mais páginas, o amor puro, o orgulho, por vezes a minha falta de paciência para a sua desafiante adolescência e a reinvenção diária de mim própria e de como lidar com este ser do mundo. 15 anos de ti, 15 anos de nós e a certeza de que sem ti a minha vida teria o maior dos sonhos por realizar, porque sempre desejei ser tua mãe, mesmo antes de existires. Muitos Parabéns Filhota e que estes 15 anos ...