Era Domingo. Lembro-me como se fosse hoje, lembro-me do jantar da véspera, onde fui, o que comi e até dos pré-cuidados do pai que embirrou que eu não podia beber sangria, porque na cabeça dele, eu estava grávida. Eu sou lá mulher para ser proibida por um homem de fazer seja o que for...lá negociámos e bebi 3 partes de Sprite para meia de sangria. Eu achava que não tinha sintomas nenhuns. Apenas um atraso de 3 para 4 dias, mas aquele homem, que conhecia os contornos do meu corpo melhor do que eu própria confesso, um dia antes olhou para mim e disse: “tu estás grávida”.
Tínhamo-nos lançado na aventura do milagre da vida há um mês e pouco, eu vejo sempre o copo meio vazio, as minhas amigas mais próximas tinham tardado meses e meses a engravidar, portanto já tinha a minha cabeça formatada para esperar muito tempo até acontecer. E como é que ele só de olhar para mim me vem com uma conclusão daquelas? Doido, pensei, embora tivesse ficado graciosamente nervosa. Ficou combinado que no dia seguinte, o tal 25 de Outubro de 2009 iríamos tirar as dúvidas. Acordou cedo, foi à farmácia, deu-me instruções para eu não ir à casa de banho e a minha intervenção no episódio limitou-se a fazer o que tinha que fazer para aquela tirinha e a pensar que mesmo que houvesse a ínfima hipótese de estar grávida, aquilo não iria acusar, dado o pouquíssimo tempo de possível gestação. Como eu estava enganada....
Sim, comecei a sentir uma certa ansiedade nos momentos de espera e ele, bom, foi literalmente a mulher da relação. Leu as instruções e esperou....e depois de teste na mão disse: “Parva, estás com essa cara para quê? Eu disse-te que vamos ser pais. Estás grávida. Caraças.....eu vou ser pai, que cena!”
Perante a surpresa, desatei a chorar, ri, abraçámo-nos, ainda me chateou por causa da pseudo-sangria deslavada da noite anterior e saímos, fomos tomar o pequeno almoço a uma esplanada e tentar digerir a boa nova. E foi a partir daí que eu senti que acontecesse o que acontecesse, existia outra vida em mim e nada iria ser como antes. Longe de imaginar o que ainda me esperava de bom e de menos bom.
Depois vieram aqueles momentos dos devaneios. Uma mulher que naquela altura amava perdidamente o pai do seu bebé a dizer coisas do género que viria aí um rapaz bonito como o pai. O pai dizia que vinha uma rapariga igual à mãe, mas não podia ter os olhos azuis. Acertámos os dois. Não veio o rapaz, mas veio uma rapariga com a cara quase chapada do pai, e não é por me ser uma pessoa indiferente hoje em dia que vou negar que era um espécime masculino muito interessante visualmente falando.
A minha vida mudou e foi há exactamente 10 anos atrás que se começaram a escrever novas linhas e que começou a crescer dentro de mim e no meu coração o grande amor da minha vida. Foi um dos dias mais estranhos da minha vida, em que tudo me passou pela cabeça, em que a par da alegria vieram os medos e o peso da responsabilidade, mas também foi um dia muito feliz e muito desejado. Assim se teve a certeza de que se estava a gerar um filho, assim teve início o processo de formação de uma mãe. Uma aprendizagem para toda a vida.
Tínhamo-nos lançado na aventura do milagre da vida há um mês e pouco, eu vejo sempre o copo meio vazio, as minhas amigas mais próximas tinham tardado meses e meses a engravidar, portanto já tinha a minha cabeça formatada para esperar muito tempo até acontecer. E como é que ele só de olhar para mim me vem com uma conclusão daquelas? Doido, pensei, embora tivesse ficado graciosamente nervosa. Ficou combinado que no dia seguinte, o tal 25 de Outubro de 2009 iríamos tirar as dúvidas. Acordou cedo, foi à farmácia, deu-me instruções para eu não ir à casa de banho e a minha intervenção no episódio limitou-se a fazer o que tinha que fazer para aquela tirinha e a pensar que mesmo que houvesse a ínfima hipótese de estar grávida, aquilo não iria acusar, dado o pouquíssimo tempo de possível gestação. Como eu estava enganada....
Sim, comecei a sentir uma certa ansiedade nos momentos de espera e ele, bom, foi literalmente a mulher da relação. Leu as instruções e esperou....e depois de teste na mão disse: “Parva, estás com essa cara para quê? Eu disse-te que vamos ser pais. Estás grávida. Caraças.....eu vou ser pai, que cena!”
Perante a surpresa, desatei a chorar, ri, abraçámo-nos, ainda me chateou por causa da pseudo-sangria deslavada da noite anterior e saímos, fomos tomar o pequeno almoço a uma esplanada e tentar digerir a boa nova. E foi a partir daí que eu senti que acontecesse o que acontecesse, existia outra vida em mim e nada iria ser como antes. Longe de imaginar o que ainda me esperava de bom e de menos bom.
Depois vieram aqueles momentos dos devaneios. Uma mulher que naquela altura amava perdidamente o pai do seu bebé a dizer coisas do género que viria aí um rapaz bonito como o pai. O pai dizia que vinha uma rapariga igual à mãe, mas não podia ter os olhos azuis. Acertámos os dois. Não veio o rapaz, mas veio uma rapariga com a cara quase chapada do pai, e não é por me ser uma pessoa indiferente hoje em dia que vou negar que era um espécime masculino muito interessante visualmente falando.
A minha vida mudou e foi há exactamente 10 anos atrás que se começaram a escrever novas linhas e que começou a crescer dentro de mim e no meu coração o grande amor da minha vida. Foi um dos dias mais estranhos da minha vida, em que tudo me passou pela cabeça, em que a par da alegria vieram os medos e o peso da responsabilidade, mas também foi um dia muito feliz e muito desejado. Assim se teve a certeza de que se estava a gerar um filho, assim teve início o processo de formação de uma mãe. Uma aprendizagem para toda a vida.
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