Sou mulher e mãe, uma mãe que sempre desejou ter filhos, uma mãe que teve o cuidado de planear juntamente com o pai da criança a gravidez, consultas antes de engravidar para saber se estava tudo bem com os dois, suplementos pré-concepção e todas as consultas e momentos clínicos que uma grávida deve fazer nas suas mais ou menos 40 semanas de gestação.
Não sou optimista por natureza, tenho amigas/amigos que já passaram por um ou outro contratempo nessa fase que deveria ser sempre maravilhosa, pelo que levei sempre o tempo de gravidez com a devida cautela, apreensão e confesso que nas primeiras ecografias colocava sempre questões se a criança tinha o nariz formado, se tinha os dedinhos todos, se a fenda palatina tinha fechado, se o percentil era normal - tinha um medo tremendo que me fosse dito algo que me fosse abanar o periodo mágico, mas sempre me foi dito que tinha ali uma rapariga perfeita e valente. Curiosamente o meu obstetra, para além de me fazer Ecografias no consultório, pedia sempre para fazer as específicas fora, e também tive a sorte apanhar outro médico fantástico. Mas com este caso dou comigo a pensar? E se fosse comigo?
A verdade é que cheguei a falar com o pai da minha filha, na altura da gravidez que, caso houvesse alguma má-formação, dependendo do que fosser, não saberia que decisão tomar, nem estava muito preparada para pensar nisso. Acho que criar vida dentro de nós é um dom e tudo o que possa colocar isso em causa tem que advir de argumentos muito fortes. O pai era mais frio e confesso que muitas vezes racional. Tivemos a sorte de ter uma filha maravilhosa e ainda me lembro o que me "doeu" vê-la nas primeiras horas de vida com algumas nódoas negras na carinha e nos braços, por causa dos fórceps. Tinha 32 anos quando ela nasceu, o pai 28. Não quero imaginar uma coisa semelhante a acontecer-me, com que forças iria eu suportar tamanha dor de olhar para um filho que vivesse quanto tempo vivesse, não iria ter uma vida normal. Os pais deste bebé têm ambos 20 e poucos anos. Desejo-lhes do fundo do coração muita paz de espírito, porque não consigo imaginar o sofrimento por que estarão a passar e o choque de olharem para o filho após o nascimento....eu dei-me ao luxo de contar 10 dedinhos nas mãos e 10 dedinhos nos pés e apreciar a perfeição das orelhas, mínimas como as minhas, mas lindas. Estes pais depararam-se com um filho.... "sem rosto". A vida tem destas ironias.
Não sou optimista por natureza, tenho amigas/amigos que já passaram por um ou outro contratempo nessa fase que deveria ser sempre maravilhosa, pelo que levei sempre o tempo de gravidez com a devida cautela, apreensão e confesso que nas primeiras ecografias colocava sempre questões se a criança tinha o nariz formado, se tinha os dedinhos todos, se a fenda palatina tinha fechado, se o percentil era normal - tinha um medo tremendo que me fosse dito algo que me fosse abanar o periodo mágico, mas sempre me foi dito que tinha ali uma rapariga perfeita e valente. Curiosamente o meu obstetra, para além de me fazer Ecografias no consultório, pedia sempre para fazer as específicas fora, e também tive a sorte apanhar outro médico fantástico. Mas com este caso dou comigo a pensar? E se fosse comigo?
A verdade é que cheguei a falar com o pai da minha filha, na altura da gravidez que, caso houvesse alguma má-formação, dependendo do que fosser, não saberia que decisão tomar, nem estava muito preparada para pensar nisso. Acho que criar vida dentro de nós é um dom e tudo o que possa colocar isso em causa tem que advir de argumentos muito fortes. O pai era mais frio e confesso que muitas vezes racional. Tivemos a sorte de ter uma filha maravilhosa e ainda me lembro o que me "doeu" vê-la nas primeiras horas de vida com algumas nódoas negras na carinha e nos braços, por causa dos fórceps. Tinha 32 anos quando ela nasceu, o pai 28. Não quero imaginar uma coisa semelhante a acontecer-me, com que forças iria eu suportar tamanha dor de olhar para um filho que vivesse quanto tempo vivesse, não iria ter uma vida normal. Os pais deste bebé têm ambos 20 e poucos anos. Desejo-lhes do fundo do coração muita paz de espírito, porque não consigo imaginar o sofrimento por que estarão a passar e o choque de olharem para o filho após o nascimento....eu dei-me ao luxo de contar 10 dedinhos nas mãos e 10 dedinhos nos pés e apreciar a perfeição das orelhas, mínimas como as minhas, mas lindas. Estes pais depararam-se com um filho.... "sem rosto". A vida tem destas ironias.
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