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Sempre abominei Herpes...e a minha filha tem uma clara tendência para os apanhar...

Desde muito miúda, quando via as minhas amigas com herpes labial aquilo fazia-me uma impressão horrenda.

Por isso, e pelo facto de em casa ser fortemente instruída para tal, nunca fui pessoa de partilhar copos, trincas de bolos, lambidelas em gelados e afins.

Cada um que beba do seu copo e coma do seu prato e que não haja confusões.

Quando crescemos, os namorados e tal...não fui muito namoradeira, nem nada que se pareça, e que eu saiba apenas uma pessoa com quem me relacionei tinha herpes labial - foi uma pessoa que me marcou pela positiva, herpes à parte, e lembro-me que da primeira vez em que nos apeteceu de facto trocar um beijo, ele estava com herpes e acho que se calhar por isso, quando o bicharoco se foi, trocámos um beijo mágico de que me lembro até hoje; isso e mais umas loucuras que uma pessoa encantada por outra faz...já passou, já lá vão tantos anos, mas continua a ser uma pessoa especial e que recordo sem mágoa.

Bem, o que é facto é que o bicharoco maléfico de seu nome Herpes até hoje (amanhã não sei), nunca me pegou.

No outro dia numa esplanada o senhor coitado, teve que me trazer 4 copos distintos, porque cada um deles tinha mais marca de lábios do que o outro e confesso que essas coisas me fazem mesmo muita confusão.

Ora, como mãe sou super cuidadosa, tomo todas as precauções, mas realmente contra vírus e/ou bactérias, se eles embatem com o nosso Santo, não há muito a fazer.

Há precisamente 3 anos, lembro-me daquele dia 22 de Maio de 2011 como se fosse hoje, a minha filha foi internada com Herpes 6/Exantema Súbito, sendo que o próprio exantema só se fez presente já ela estava internada. E foi assim, no espaço de 15 minutos a miúda ficou bicho...e os médicos aliviados, porque apesar de tudo era bom sinal.

Ao olhar para aquelas análises, cuja cópia me voltaram a da hoje na Estefânia, sozinha com ela nos braços de madrugada e a dizerem-me que a bebé tinha que ficar internada...enfim, não se desejam estes sustos a ninguém.

Hemoglobina - 10,5
Hematócrito - 30,4
Leucócitos - 2,5
Neutrofilos - 14,10
Linfocitos - 64,60
Monocitos - 20,80
Plaquetas - 154

Uma amostra dos valores completamente fora do contexto que ela tinha e por mais que me tentassem tranquilizar, eu só me focava nisto...tudo culpa do malvado do Herpes 6.

Agora, 3 anos depois, mesmo mês, sintomas de febre e a miúda com  Mononucleose, desta vez um tipo chamado Herpes 4 ou o raio que o partam.

O Monoteste deu negativo para a Mononucleose Infecciosa, mas o EBNA - IgG não deixa escapar que o bicho me atacou a miúda! E a PCR nos 164,5 mata-me!

Não me tranquiliza dizerem que é normal, que 50% das crianças uma vez na vida têm contacto com o bicho e cerca de 90% dos adultos já tiveram; existem riscos associados, orgãos que podem ser afectados e é uma grande treta. No caso da minha filha foi a garganta (o que é comum) que dadas as circunstâncias é o que menos me preocupa, e o baço. Inchou um bom bocado e agora temos que ter algum cuidado com quedas e pontapés e por aí, porque se sofrer um trauma, como está sensível pode sofrer uma lesão, e isso é chato.

A médica já me foi dizendo que pelo menos durante 12 a 18 meses ela está mais vulnerável, e que esta doença se cura por si própria, com o tempo...apesar da dor e da preocupação que me assolou, acho que encaixei melhor esta hostória quando ela tinha 10 meses, do que agora.

E começo a conjecturar uma série de coisas, e a não gostar dos caminhos para onde a minha mente me leva.

Para ajudar mais à recepção de boas notícias o antibiograma da minha filha também não é muito feliz. A miúda é danada; sou contra antibióticos e evito-os ao máximo, mas às vezes tem que ser.

Pois parece que o organismo dela precisa de coisas mais fortes do que os derivados da Penicilina - mas porque é que nestas coisas a miúda tem que sair à mãe!?
Ou seja, Penicilina da boa para cima, uiiii

Enfim, e o panorama é este, mas volvida 1 semana e 1 dia desde os nossos "passeios" até ao hospital, as coisas estão mais estáveis e espero que assim continuem nos próximos dias.

Quero aquela carinha feliz e saudável a sorrir para mim sem vestígios de dor e febre.

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