Avançar para o conteúdo principal

E depois é uma catavento

 Interesso-me por tudo o que esteja relacionado com ela e desde sempre que existe diálogo entre nós; mesmo nos dias em que estou sem a mínima paciência para mim própria, faço questão de lhe perguntar como correu o dia, se brincou com os amigos, se gostou do que aprendeu na escola, se não houve "pancada", o que foi o almoço e com quem almoçou. Não me interessa obviamente saber se foi com a "Cátia Marisa" ou com a "Yvete Tatiana" ou até com o "David Inácio", mas é importante para mim saber que ela se relaciona com os outros e é uma forma de perceber que em termos de sociabilidades a coisa está a funcionar normalmente.

Obtenho respostas para tudo à excepção da ementa - esta criança raramente se lembra do que comeu ao almoço do presente dia. É impressionante. É óbvio que eu tenho sempre as ementas e sei de antemão o que ela comeu, mas faz parte da nossa rotina de conversa de mãe e filha e ela...nunca me sabe responder.

Vou mudar a estratégia. Hoje vou dizer-lhe que almocei "sopa de couve portuguesa" e que o segundo prato foram "febras no tacho com arroz de cenoura". Quero ver a cara dela de espanto ante a coincidência de termos almoçado precisamente o mesmo.

É uma constante adaptação a esta gente miúda que pensa que é esperta, mas nós já andamos cá há muitos anos.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Portugal, aquele tal Estado laico que nos enfia pelos olhos e pela alma dentro os desígnios da suposta fé Católica

 Eu aprecio o Papa Francisco e respeito quem tem fé, quem acredita. Deus pode ser adorado de várias formas, mas o fausto e a sumptuosidade da Igreja Católica não são de todo o que vem nas Escrituras. E defendo que cada vez mais deveriam eclodir os valores da humildade e do amor ao próximo e sobretudo canalizar a riqueza para onde ela é mais necessária. Sejam verbas da Igreja, dos fiéis ou do Estado, e nesse Estado também entro eu, acho vergonhoso o aparato que tem uma jornada destas. A sua essência é um bluff.  Sejam jovens, adultos, ou idosos, a clara maioria dos envolvidos nesta epopeia não vale nada, não faz nada para que a sociedade em que vivemos seja melhor. Porque pouco faz no seu “quintal”, para com as pessoas com que se cruza, para com o vizinho do rés do chão, para com a/o namorada/o que dizia amar como jamais amou alguém e no dia seguinte, o melhor que tem para dar é…ghosting; para com os avós, os tios, os pais…ou um desconhecido que precisa desmesuradamente de ajuda. As cri