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Pequeno Ensaio sobre a Felicidade

O tema felicidade é recorrente em muitas conversas que se ouvem aqui e ali. Uns dizem "a felicidade não existe", outros dizem que são muito felizes, outros então afirmam que o dinheiro não traz felicidade...há quem diga que é tremendamente infeliz.

Partindo de uma definição de dicionário, "felicidade", derivado do latim felicitate, corresponde a bem-estar, contentamento, acto ou efeito de quem é feliz.

Mas afinal, o que é que isto quer dizer?

Quanto a mim, o conceito "felicidade" é algo subjectivo (entenda-se, relativo ao próprio sujeito), contudo há para mim um ponto de partida. A felicidade não é mais do que o equilíbrio entre as nossas expectativas, aquilo que desejamos e o que de facto conseguimos alcançar.

Sempre que se encontra um ponto de união, estamos perante a felicidade. Não havendo convergência a felicidade escapa-se-nos. Sim, é escorregadia, não é presa fácil.

Ora, pedindo ajuda a Aristóteles e usurpando o método do Silogismo Dedutivo podemos tomar as seguintes premissas como exemplo:

  1. Uma viagem à Lua traz felicidade
  2. Eu estou na Lua

Conclusão: Eu sou feliz

É simples...tão simples, extraordinariamente simples! Mas na realidade deparamo-nos com um processo bem mais complexo. Alguns (muitos) espécimes humanos teimam em complicar a equação. Porque na realidade não acredito na felicidade em pleno; há sempre uma ou outra variável que escapa ao nosso controlo. Há dias em que partimos o motor do carro, em que perdemos um amigo, em que morre o canário, em que o Sporting perde um jogo com muita tranquilidade, etc.

Mas também há dias em que reencontramos um amigo que não víamos há anos, temos um filho, plantamos uma árvore, conseguimos encontrar no alfarrabista uma primeira edição de Os Lusíadas...caramba, não podem ser momentos felizes?

Cada vez mais me convenço que a felicidade pode estar em nós próprios, e não me posso esquecer de imagens de África que vi, em que crianças mutiladas, orfãs e em alguns casos com muita fome...continuavam a sorrir com um brilho nos olhos que eu própria nunca consegui ver nos meus.

E a felicidade é isto, momentos, baseados nas nossas expectativas, nas nossas atitudes para com a vida e para com os outros, expectativas essas que se forem alcançáveis, reais e generosas nos trazem conforto, "calor" e uma forma de lidar com a vida e com as privações do dia-a-dia bem mais positiva.

A teoria está cá,o TPC está feito e agora é pô-la em prática.

Comentários

Unknown disse…
Boa noite minha amiga, concordo plenamente no que dizes em relação à felicidade, essa coisa que tanto queremos e que por vezes depois de a ter a deixamos fugir em menos de nada. Mas também digo, que nós, podemos contribuir para a mesma, com pequenas coisas, por vezes coisas que nem ligamos, mas em que se olharmos bem para elas, podemos descobrir um pouco da nossa felicidade perdida e aos poucos voltar a construi-la. Outro aspecto é que quando menos esperamos, a felicidade pode cair-nos nos braços, vindo do nada e nisso eu posso falar de experiencia própria, em que após anos que andei perdido e à deriva, a felicidade caíu-me nos braços de um dia para o outro, agora é só cuidar dela o melhor possível para não voltar a fugir.
Beijo
Pipas

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