Nos últimos tempos, como é sabido por todos, muito se tem falado acerca da questão do Aeroporto Internacional de Lisboa e da sua "transferência" para outro local supostamente mais vocacionado e com melhores condições para abarcar uma estrutura de tamanha envergadura.
Seja por questões económicas, de localização, desenvolvimento sustentável, estratégias de governo e mais uma lista infindável de prós e contras, pessoalmente é uma mudança que me vai causar alguma tristeza. Sou completamente a favor da mudança (para melhor), é certo e sabido que o desenvolvimento das vias de comunicação é uma das bases de crescimento de extrema importância de qualquer cidade, mas...estou a pensar em mim e no facto de que a desactivação do Aeroporto da Portela vai varrer algumas lembranças que recordo sempre com muita saudade.
Perdoem-me o cliché, mas ainda sou do tempo em que o aeroporto era um edifício construído em cimento, pintado em tons de branco e amarelo, ainda sou do tempo das famosas varandas que possibilitavam que víssemos os nossos familiares e amigos a embarcar e desembarcar na aeronave...lembro-me com saudade da minha ansiedade de menina de 4/5 anos à espera que o Boeing (Jumbo) vindo de Luanda aterrasse e troxesse até mim a minha avó e todos os mimos que tinha guardado para mim depois de um ano de ausência, até me lembro com mais saudade ainda dos dias da sua partida, as lágrimas nos nossos olhos no momento da despedida, mas a certeza de que o ano passaria a correr e rapidamente nos veríamos de novo.
Infelizmente há cerca de 10 anos atrás na sua partida não levou consigo o bilhete de regresso e...todas estas situações não passam de memórias e recordações que me fazem ter por aquele lugar uma qualquer ligação que não sou capaz de explicar racionalmente. Talvez seja um dos locais em que recordo a Vida, a Alegria, a Saudade...
O aeroporto é um local que frequento de quando em vez, seja nas minhas deslocações pessoais, seja para ir deixar/buscar pessoas que me são próximas.
No passado fim de semana lá fui eu outra vez, desta feita para ir buscar a minha amiga M. que regressou de Roma e das suas lides académicas. Confesso que estava curiosa por revê-la, conhecer na primeira pessoa as suas novidades, saber como estava, mas não estava em estado de ansiedade, por razões óbvias.
Resultado - pus-me de parte a observar. Nunca o tinha feito naquele local e foi uma experiência extraordinária. Revi-me em muitas situações e mais uma vez senti as minhas emoções à flor da pele.
Revi-me no reencontro de casais de namorados saudosos e apaixonados, revi-me no reencontro de pais e filhos, revi-me no reencontro de amigos e nos comentários de sempre ("estás com um ar cansado", "a viagem correu bem?", "estava a ver que nunca mais chegavas!", "bem...as malas demoraram imenso", "preciso de fumar um cigarro", "tenho fome"). Mas acima de tudo as expressões faciais de expectativa, ansiedade, nervosismo, a procura do "nosso olhar" à saída da porta das chegadas...os gritos de alegria de uma pequena menina ao rever uma avó que regressou de um qualquer país de África...e é isso, estou certa de que aquele lugar me reconforta e me traz à memória pensamentos muito bons.
Enfim, os imperativos da mudança a mais obrigam, as chegadas do nosso Aeroporto de "Lisboa" vão continuar a ser um fervilhar de sentimentos e emoções, seja na Ota, em Alcochete ou ainda se se lembrarem em Freixo de Espada à Cinta, contudo, para mim, será mais um dos sítios que vou conservar para sempre bem guardado no cantinho das memórias.
Seja por questões económicas, de localização, desenvolvimento sustentável, estratégias de governo e mais uma lista infindável de prós e contras, pessoalmente é uma mudança que me vai causar alguma tristeza. Sou completamente a favor da mudança (para melhor), é certo e sabido que o desenvolvimento das vias de comunicação é uma das bases de crescimento de extrema importância de qualquer cidade, mas...estou a pensar em mim e no facto de que a desactivação do Aeroporto da Portela vai varrer algumas lembranças que recordo sempre com muita saudade.
Perdoem-me o cliché, mas ainda sou do tempo em que o aeroporto era um edifício construído em cimento, pintado em tons de branco e amarelo, ainda sou do tempo das famosas varandas que possibilitavam que víssemos os nossos familiares e amigos a embarcar e desembarcar na aeronave...lembro-me com saudade da minha ansiedade de menina de 4/5 anos à espera que o Boeing (Jumbo) vindo de Luanda aterrasse e troxesse até mim a minha avó e todos os mimos que tinha guardado para mim depois de um ano de ausência, até me lembro com mais saudade ainda dos dias da sua partida, as lágrimas nos nossos olhos no momento da despedida, mas a certeza de que o ano passaria a correr e rapidamente nos veríamos de novo.
Infelizmente há cerca de 10 anos atrás na sua partida não levou consigo o bilhete de regresso e...todas estas situações não passam de memórias e recordações que me fazem ter por aquele lugar uma qualquer ligação que não sou capaz de explicar racionalmente. Talvez seja um dos locais em que recordo a Vida, a Alegria, a Saudade...
O aeroporto é um local que frequento de quando em vez, seja nas minhas deslocações pessoais, seja para ir deixar/buscar pessoas que me são próximas.
No passado fim de semana lá fui eu outra vez, desta feita para ir buscar a minha amiga M. que regressou de Roma e das suas lides académicas. Confesso que estava curiosa por revê-la, conhecer na primeira pessoa as suas novidades, saber como estava, mas não estava em estado de ansiedade, por razões óbvias.
Resultado - pus-me de parte a observar. Nunca o tinha feito naquele local e foi uma experiência extraordinária. Revi-me em muitas situações e mais uma vez senti as minhas emoções à flor da pele.
Revi-me no reencontro de casais de namorados saudosos e apaixonados, revi-me no reencontro de pais e filhos, revi-me no reencontro de amigos e nos comentários de sempre ("estás com um ar cansado", "a viagem correu bem?", "estava a ver que nunca mais chegavas!", "bem...as malas demoraram imenso", "preciso de fumar um cigarro", "tenho fome"). Mas acima de tudo as expressões faciais de expectativa, ansiedade, nervosismo, a procura do "nosso olhar" à saída da porta das chegadas...os gritos de alegria de uma pequena menina ao rever uma avó que regressou de um qualquer país de África...e é isso, estou certa de que aquele lugar me reconforta e me traz à memória pensamentos muito bons.
Enfim, os imperativos da mudança a mais obrigam, as chegadas do nosso Aeroporto de "Lisboa" vão continuar a ser um fervilhar de sentimentos e emoções, seja na Ota, em Alcochete ou ainda se se lembrarem em Freixo de Espada à Cinta, contudo, para mim, será mais um dos sítios que vou conservar para sempre bem guardado no cantinho das memórias.
Comentários
hugo
Parabéns pelo post
Fica bem
Pipas