Estava eu sentada nas bancadas a ver a aula de natação da minha filha, ao mesmo tempo que falava ao telefone com uma amiga e, no meu raio de visão havia uma criança bebé, naquela fase em que correm tudo, mas meio trôpegos. Assim era ela. Cheia de energia a subir bancadas acima com cadeiras pelo meio e eu dei comigo a pensar que aquilo tinha tudo para correr mal.
A mãe tranquila a uns bons metros de distância, ia atirando para o ar “ai a menina isto, ai a menina aquilo”.
Bom, foi tudo muito rápido, mas só vejo a miúda a tombar pelas bancadas abaixo, eu levanto-me com uma rapidez que nem sei como foi possível e deito-lhe um braço, a mãe continua impávida e serena, olha para mim com ar de superioridade e diz:
“Ah, muito obrigada!” Assim, fria, não se levantou do sítio em que estava, e lá continuou na sua negligência altiva e passiva. A criança passado o susto e o decidir se chorava ou não, lá se recompôs e continuou na sua escalada pelas bancadas.
É por estas e outras que eu vou morrer cedo porque isto dá-me cabo do sistema nervoso.
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