“Mãe, uma menina disse-me que as turmas já saíram e ela ficou no 7C1 e depois veio outra que disse que a mãe dela também já sabia e que a mãe de uma outra foi à escola e também viu.” - todo este discurso sem pausas, nem pontuações, muito a la José Saramago.
Eu, que nestas alturas sou invadida por uma calma atípica lá lhe disse que era muito improvável que fosse verdade, porque ela estuda neste agrupamento há 6 anos, e em 6 anos as turmas têm sido afixadas na véspera do primeiro dia de escola, os livros são facultados à boca da urna…em suma, celeridade é conceito que não assiste àqueles serviços administrativos. Mesmo assim disse-lhe para ficar tranquila já que tenho que lá ir amanhã levantar os manuais reutilizados.
É sabido que assuntos académicos para a minha filha fazem-lhe despoletar das entranhas tudo e mais alguma coisa. Começou a hiperventilar, até pensei que um vulcão estava prestes a entrar em erupção aqui, do alto do meu terceiro andar. Tudo bem, a mãe pega nela, mete-se no carro e esfrega- lhe com a carinha linda à porta da escola - não estava nada afixado.
Percebeu agora Princesa, que a mãe tem tudo controlado!? Vou chegar aos 50 com cara de 60. Tudo isto me envelhece.
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