Esta semana tive uma experiência tristíssima. Recebi uma notificação de uma dada plataforma digital para dar os parabéns por antiguidade de cargo profissional a uma pessoa. Pessoa essa de quem eu gostava, a quem me sinto tão grata pela forma como sempre me tratou e que permitiu a progressão de uma relação profissional para uma amizade. 20 anos, pouco menos de metade da minha vida e acima de tudo metade da minha vida adulta, da minha evolução e do meu crescimento.
Junto vinha a fotografia do perfil dele….sorridente como sempre. Um sorriso entre o divertido e o charmoso. Desta vez não lhe vou deixar qualquer mensagem, nem ninguém o fará. Perdêmo-lo para aquele sítio de onde ninguém volta, há poucos meses. Com à vontade mais outra metade de vida para viver, rir, dizer coisas cómicas, estar entre nós.
Eu podia simplesmente removê-lo das minhas redes sociais e estes alertas não voltariam…mas alguém remove das suas redes sociais, que valem o que valem e são 80% lixo, mas alguém remove quem faz parte dos 20% que valem a pena!? A amizade não terminou com a sua morte e por muito que me custem de quando em vez estas aparições digitais, gosto de lhe ver o sorriso e lembrá-lo aqui. O desmérito de deixar de seguir pessoas, só o faço para quem mais me magoou na vida é tão pouco me interessa seguir inquérito fazem da vida.
É um facto que, como a Terra é redonda, também já houve regressos, dos quais nada me arrependo e provaram que o tempo de apartamento, menos ou mais longo num ou noutro caso, nos serviu para repor afectos, sentimentos e emoções que sempre lá estiveram, pedidos de desculpa que tinham ficado omissos no tempo e de parte a parte e que fizeram ver a ambos os lados que há mesmo relações para a vida, mesmo que ela, por instantes mais ou menos breves, nos separe. Noutros casos, Deus nos livre e guarde. Há longe e distância sim senhor, meu caro Richard Bach. Mas não é o caso do João. E esta semana isto bateu.
Dois dias depois de ter recebido a tal mensagem, diz-me uma amiga em comum muito incomodada que também a tinha recebido, e que se estava a sentir tão triste e com um vazio estranho.
A morte para muitos é cruel. E detesto-a quando me leva as pessoas importantes da minha vida. Espero por ela de braços abertos e sei que, nem que seja pela ordem natural, já esteve mais longe de me vir buscar, e não a temo. Tive momentos na vida em que já a desejei para mim. Mas não para os meus, continuo a não saber lidar com isto.
Eu sei que estás por aí João, e foi por cumprires mesmo não fisicamente mais um aniversário de empresa, que nos conhecemos há 20 anos atrás…e ficámos amigos. Até sempre Boss!
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