Mesmo quando o seu paciente/cliente não aparece lá há mais de dois anos, porque o Covid foi desculpa para muita coisa e na realidade o que me levou àquela especialidade em especial (eu e os pleonasmos!) também se dissipou no tempo e deixou de acontecer, quis o acaso que me visse a braços novamente com a sintomatologia e com uma manifestação algo catatónica.
Liguei para a Clínica e só tinham vaga para final de Dezembro. As vozes da oposição que dão a sua opinião sempre com boas intenções começaram logo a alvitrar a ideia de ir a outro médico. Mas eu tenho um problema, sou fiel. Se gosto não mudo, e não deixo de gostar porque acordei virada do avesso. E talvez por isso não consiga perceber a volatilidade das relações humanas, mas essa dissertação fica para outro dia.
Bom, ainda na semana passada falei com a Secretária do médico que me disse que era impossível outra data, lá lhe expliquei que tinha ido parar à urgência e embora as coisas estivessem controladas, era aconselhável que ele me analisasse e tecesse as suas considerações. Eu tinha maneira de contactar com ele de outra forma...mas, também não estou a falecer, digo eu, e se falecer olhem, vou em paz. Nunca gostei de corridas com obstáculos. Estatelei-me várias vezes no tartan do liceu.
Vai daí, realmente tinham-me dito que iam falar com o Dr. e que me diriam alguma coisa na sexta-feira passada, só que não. E eu tive uma semana tão cheia, apesar do feriado, que ainda não tinha considerado sequer ligar para lá, ou seguir os conselhos dos mais impacientes e procurar outro médico. Médicos, amigos, amores...não se procuram nem se encontram assim. São coisas mágicas na vida, portanto quando encontramos, não estragar é o limite.
Hoje de manhã ligaram-me. Tenho consulta na próxima terça-feira. Optaram por me manter, mesmo assim, a consulta para Dezembro, não vá eu necessitar de manter uma certa regularidade. As pessoas boas, competentes, humanas e decentes, são-no de facto e não escorregam. Os restantes, são o que são.
Comentários