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Os dias do fim

Costuma dizer-se que uma desgraça nunca vem só, e de facto os últimos tempos têm sido conturbados.

Tenho uma pessoa amiga e muito querida que infelizmente está à beira do seu fim. A última vez em que nos encontrámos, apesar da debilidade do seu estado, disse-me coisas tão bonitas, sempre com uma mensagem de optimismo, boa disposição e esperança e agora o que resta é a memória desses tempos.

Sei que está a viver os seus últimos momentos, a despedir-se da vida e eu que carrego uma nova vida que irá desabrochar dentro de dias sou impedida neste momento de lhe dar o conforto que há tão pouco tempo me deu a mim. Impedem-me de a visitar neste momento dado o meu estado físico e emocional e serei impedida também caso a fatalidade de facto ocorra proximamente.

É perturbador não podermos estar lá quando os nossos mais necessitam de nós, é perturbador não podermos fazer nada que altere o rumo da história e é perturbadora a saudade que fica nestes momentos.

A minha avó pouco antes de morrer dizia que se é a morte que nos espera, não precisamos de sofrer tanto para morrer; não precisamos de tanta dor, tanto sofrimento, a perca das nossas faculdades básicas, a perca da nossa lucidez.

E é com tristeza que peço seja a que entidade fôr muita paz para esta pessoa que receio dadas as minhas circunstâncias não voltar a ver com vida.

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