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A minha vida inteira enganada

 Ou desde que tenho dentes vá.

Já todos sabemos que tenho a panca dos dentes bonitos e bocas sãs. A minha filha seguiu a sua mestre e acho que eleva essa panca à décima potência sendo que não há dia que ela não observe a sua dentadura. Há uns tempos deu um grito e disse-me que parecia que tinha uma cárie num molar. Andei lá a ver e fiquei na dúvida se seria cárie ou tártaro porque a marca era quase invisível, mas, marquei consulta na dentista dela.

Hoje lá fomos. Os elogios do costume, que nunca tinha visto uma criança com uns dentes tão bem cuidados, com uma escovagem irrepreensível. Aqui a mãe orgulhosa claro. Mas…não é que o magano do dente tinha mesmo uma cárie!? Pequenina mas tinha.

Explicação, sendo que falta de mestria não escovagem não é. Alguma fragilidade no esmalte daquele dente que o tornou mais frágil e sendo molar…tau. Mas como a miúda não anda a dormir e antes mesmo do meu olhar clínico que, amiúde lhe faz revisão à boca, deu o sinal de alerta e lá fomos nós. 

Tratou o dente, está como novo, portou-se bem, com umas lagrimitas envergonhadas ao levar a anestesia…mas aguentou-se firme e valente, perguntando todos os passos à médica que até um espelho de mão lhe deu para ela acompanhar o processo. O interesse foi tanto e as questões que colocou tão pertinentes, que, para além de me ter apercebido que ela já levava a lição estudada by Google, dei comigo a pensar se a miúda ainda não me vai para Medicina Dentária. A ver vamos.

Mas nisto e como a conversa é como as cerejas diz-me a médica o que quando escovamos os dentes, nunca, mas nunca devemos passar a boca por água, isto é, após a escovagem devemos cuspir (não há uma palavra que melhor especifique a coisa) o excesso de pasta e jamais bochechar com água. A ideia é ficarmos mesmo com restos de pasta dentífrica, dose essa que nos vai repor os níveis de flúor, ajudar a evitar a sensibilidade dentária e evitar a formação de cáries.

Juro que não sabia. Não me posso queixar porque não tive até hoje experiências a reportar com dentes estragados, algo de que muito me orgulho mas….a tendência é para isto melhorar. Porque agora que aprendi esta, não volto a bochechar. 

Já estou a imaginar naquele dia que há-de chegar em que fizerem o levantamento das minhas ossadas, o coveiro até se vai benzer de ver um esqueleto com uma dentição tão perfeitinha. Serei um fenómeno, venham antropólogos forenses estudar este espécime que fui eu.

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