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Mesmo em tempos de confinamento, a vida segue

E por isso, hoje tive que ir deixar o carro à oficina, dado que tinha uma revisão programada há mais de um mês e estas acções estão consideradas no Estado de Emergência. Para mim que já trabalhei numa prisão, confesso que esta situação me levou àqueles anos. Houve algo que me fez lembrar o que é experienciar uma certa reclusão - chegar à oficina, estacionar o carro, vir um funcionário "mascarado". Depois, no local onde é habitual termos a recepção, cerca de um metro e meio antes do balcão, uma linha no chão marca o local a partir do qual não podemos transpor.

Falamos de longe, o senhor não vai connosco ao carro e para explicar certas coisas, tive que apelar à minha imaginação. No sítio "x" ao lado do ponto "y" existe uma coisa que gostaria que verificassem, bla bla bla.

No fim disseram-me para deixar a chave na ponta oposta do balcão, seguindo sempre a linha intransponível no chão e....sair. A minha sorte é que tenho uns braços compridos, porque se fosse "rodas baixas" teria mesmo que transpor a dita linha. Muito automatizado, escassa ou inexistente a vertente mais humana. É o necessário nos tempos que correm, mas não deixa de ser estranho.

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