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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2025

A linha que separa um sonho de um pesadelo

 A noite passada foi turbulenta e completamente despropositada e confesso que acordei cansada. Em bom rigor, na realidade nem dormi, sejamos precisos. Tudo se desenrolou em torno do meu avô materno, da minha mãe e eu. O meu avô faleceu há cerca de 2 anos e meio e privámos pouco, muito pouco. Não esteve presente na minha infância, nem na minha adolescência, tão pouco na entrada na idade adulta e só depois da minha filha nascer tivemos algo ligeiramente mais próximo. Coisas de família que vêm dos idos anos 50 dp século passado e que acabam por comprometer gerações. Não obstante, o que privei com ele nestes poucos anos foi interessante e sobretudo a ligação dele com a minha filha valeu a pena ter sido possível, para ambos. Coisas que ouvi à parte e mesmo até assumidas por ele, e todas elas menos boas, o meu avô tinha a sua graça, muito inteligente, muito dotado para as artes e com uma vivacidade aos seus 90 e alguns anos que eu hoje jánão tenho, pelo que a morte dele há 2 anos e tal a...

Pergunto-me como fará quem não tem de todo…

 A primeira entrega da minha imunoterapia custou-me 275 paus. Nem mais, nem menos.  Terei material para 10 meses, mas ao que parece não me safarei de ter de seguir este tratamento por pelos menos 2 anos. Estou a passar por uma fase mesmo muito crítica como até hoje nunca tinha ocorrido.  O meu sistema imunitário tão pouco está a ajudar e ando aqui numa odisseia entre medicação para isto e para aquilo, exames mais ou menos invasivos, anestesias e tudo o que não apetece a ninguém viver.  E penso muitas vezes em quem não tem possibilidades para se tratar quando o Estado não comparticipa. E penso, sempre que faço um exame mais difícil, nos que sofrem mesmo, com cancros, diabetes, insuficiência renal…se para mim algumas coisas ainda me custam, embora já tenha banalizado por exemplo a gasometria…que dói tanto, mas tanto, continuo a não querer sequer imaginar o quanto sofrem aqueles que sofrem mesmo todos os dias em buscas de curas.  Eu estou a passar momentos menos bo...

Coisas que me irritam

 As pessoas serem remuneradas para exercer uma tá tarefa e não fazerem nenhum.  Não me venham cá com demagogias de que há profissões muito chatas. Há, é verdade, mas cada um faz aquilo para que está apto e é vergonhoso ser remunerado e não o fazer.  Falo especificamente do coveiro do cemitério onde estão a minha avó e padrasto. De cada vez que lá vou fico danada com o estado de desmazelo em que está o cemitério.  Eu chego ao ponto de até varrer os arruamentos, limpar folhas, deitar água para tirar lama do chão, etc. Que tenhamos que manter os nossos jazigos e campas limpos é uma coisa, mas como zelador o senhor coveiro também tem responsabilidades, e na verdade não faz nada! Portanto lá vou eu ter de ir fazer queixa dele, e se a Junta de Freguesia vier com coisas, vou ao Isaltino, aí vou vou. Ou agora os defuntos também não merecem que os seus restos mortais repousem num local cuidado!? Estou mesmo passada com o incompetente do coveiro, que agora deve ser denominado ...

Qando rir de nós próprios gera a boa disposição geral

 Hoje numa reunião de trabalho, após cumprimentar uma pessoa que já não via há algumas semanas, diz-me assim: "Ah Tânia, está tão bem e tão bronzeada. Andou a apanhar solinho, está bonita!" Automaticamente saiu-me a seguinte constatação: "Ah, muito obrigada mas na verdade eu nunca fui branca, nem à nascença!" Foi a risota geral mas sim, de facto estou mais queimada do que é normal, e até se nota mais o bronze adquirido pela exposição ao sol em mim, do que o escaldão que a Mariana Mortágua apanhou em Israel, presa, dentro de uma jaula.  ...não nos esqueçamos que para os lados da Terra Santa o Sol também o deve ser.
 O último Primeiro Ministro de França e que nem um mês aguentou no cargo tem como apelido Lecornu. Isto com a bela pronuncia francesa fica épico!  Não digo mais nada, já saiu disparate. Coitado do Lecornu. 🤔

Ontem perdeu o passe

 E o índice de disparates dispara a olhos vistos; não há um dia que esta adolescente não me tire do sério. Como se não bastasse ter perdido o passe, decidiu utilizar o autocarro sem título de transporte. Na cabeça dela, não obstante o facto de ter perdido o passe, uma vez que é estudante e tem direito a utilizar os transportes públicos gratuitamente, achou por bem não comprar bilhete. Por acaso não foi apanhada, mas só por acaso. E aqui a mãe lá se levantou cedíssimo, lá teve de ir ao espaço navegante solicitar a emissão do passe urgente. E a minha vida agora é isto, de sobressalto em sobressalto a título dos disparates e faltas de responsabilidade da miúda.

O que tem de demoniozinho tem de sensibilidade extrema

 A minha filha é uma miúda sui generis. Os aspectos menos bom de feitio são mesmo muito refinados o que a torna numa miúda muito difícil, tão difícil que nos últimos dias entre castigos e arrelias já tive que ir apanhar ar várias vezes para que eu própria não corresse o risco de lhe imputar aqueles castigos que se dizem da boca para fora que são válidos para o resto da vida e depois é uma grande treta ter de voltar atrás. Sim, nalgumas coisas fui permissiva para a compensar de outras coisas menos boas, nomeadamente a falta do pai, etc., e tarde percebi que não podemos compensar a falha que não é nossa dando o que está ao nosso alcance e não está, proporcionando experiências de vida e surpresas muito frequentes. Claro que ela nalguns aspectos e apenas face a mim, se tornou muito egoísta e dificilmente aceita quando lhe digo que não. Embora o não, seja não, até o aceitar desgasta-me ao ponto de eu quase desejar desaparecer. Sabe que estou com alguns problemas de saúde e que nem seque...

Daqueles dias que não deviam existir

 Desde há 27 anos que gostaria de remover este dia do mapa. Apagar com uma boa borracha e tudo o que ocorreu não corresponder à realidade. Mas não o posso fazer e há que seguir em frente da melhor forma que conseguirmos. Hoje amanheci com o sol, mas com imensa vontade de enviar a cabeça lençol abaixo e apenas sair amanhã, no dia seguinte ou até depois. Garantir que a miúda saía a horas pois na semana passada perdeu o autocarro e eu apanhei uma pilha de nervos; esta juventude não tem noção de que não podem acumular faltas por atraso, é uma falta de responsabilidade, etc. Depois arranjar as minhas coisas, arranjar-me e constatar que tentei vestir 4 pares de calças diferentes e nenhum me servia; sim, não é estarem apertadas, trata-se mesmo de não conseguir fechar o fecho, botão e afins. Sim, estou com os valores das minhas análises todos em reboliço, ando a comer compulsivamente coisas que não me fazem bem e os efeitos rapidamente se tornam visíveis. Para quem até há menos de 2 anos a...

Agrobeto a furtar no supermercado

 Hoje apanharam-me num dia em que não estou particularmente bem disposta. Aqueles dias em que precisamos de mimo e não o recebemos…condicionantes da vida.  Bom, fui ao hipermercado e ao entrar no corredor dos chocolates dou com um agrobeto todo pimpão, com o seus chinos, sapatos de vela e tudo a que tem direito, incluindo um bom perfume, com o seu carrinho com compras do dia a dia e a colocar no bolso disfarçadamente (mas não para o meu olho clínico) uma caixa com barrinhas de chocolate Kinder.  Aquilo irritou-me. Agrobeto, bem vestido, a cheirar bem, casaco porque tinha aliança, raça ariana…e a chegar ao declínio de furtar uma caixa com meia dúzia de chocolates.  Fiz questão que percebesse que eu vi….apenas olhando para ele com aquele meu olhar lancinante. O indivíduo hesitou, não quis dar parte fraca, mas depois entre lixo que tirou do bolso, coçou a cabeça e lá colocou a caixa de chocolates disfarçadamente dentro do carrinho. Mas eu não desisti dele…mais depressa ...

Habemus Prof.

Embora seja corriqueira a falta de professores a cada início de ano lectivo e o problema se manter às vezes por períodos inteiros, nunca tinha ocorrido com a minha filha. Teve sorte, é um facto. Mas como "não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe", ou o inverso, nunca sei, este ano começou com essa lacuna e não tinha professor de Português. Confesso que preferia que a falhar fosse o de Educação Física, mas isto vale o que vale e denota o pouco crédito que dou à actividade física.... shame on me. E bem que eu preciso de actividade física. Adiante...o professor de Português apareceu e a equipa docente está completa, até ver.

E continua…

 Porque nem só de vacinas contra o COVID19 vive a AstraZeneca, esta precious entrou na minha rotina diária e se me vai fazer companhia por tempo indeterminado no mínimo duas vezes por dia, por outro também me deve fazer um mal a outros níveis que nem vale a pena pensar.  Mas em tempos de crise há que pesar os prós e contras e de facto sinto um grande alívio desde que nos tornámos inseparáveis.  Mas a profilaxia também continua e esta semana teve início este companheiro que durante 3 meses à razão de dez dias por mês também me vai enfiar bicharada da boa para ajudar a combater os maus. Mesmo os mais valentes, de quando em vez precisam de reforços.  Mas vale-me a minha médica imuno alergologista que é assim das pessoas mais queridas e dedicadas com quem me cruzei. 

A saga do sistema de saúde que já alastrou ao sector privado

 Já é mais que sabido que o SNS com todas as suas qualidades está no seu limite e não vejo soluções à vista enquanto as políticas de saúde não passem a prioridade por parte dos governos deste país. Dou como exemplo uma referenciação que a minha médica de família fez a solicitar uma consulta de especialidade num hospital público há 5 meses e a marcação da consulta continuar pendente. A situação é urgente, tive de optar pelo sector privado e mesmo assim tive 2 meses de espera. Provou-se que de facto a situação era urgente dado me ter sido diagnosticada Asma e DPOC, estou a fazer uma série de medicação diariamente para se tentar reverter ao máximo a obstrução e é fácil de perceber que qualquer dia de espera agrava a situação e pode inclusivamente e médio prazo acarretar ainda mais custos ao tal SNS e ao Estado Português se eu ficar incapacitada, tiver que entrar de Baixa Médica ou até se morrer, porque tenho uma filha menor e depois ainda têm que lhe pagar uma pensão por razão da minh...