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Aquela mãe cruel que sou

 Todas as idades são temidas e temíveis, mas de facto olhando para trás, esta fase da adolescência está a ser a pior de todas que experienciei com ela até agora.

Pesa também o facto da minha idade também estar a avançar e nem sempre ter paciência e estofo para certos devaneios que dizem ser próprios da idade, mas a que eu chamo por vezes quebras de educação.

No outro dia em desabafo com uma amiga dizia-lhe que por vezes a minha filha é "mal educada" e a minha amiga rebateu que mal educada nunca pode ser pois não é esse exemplo que tem em casa - chamemos-lhe pespineta vá...

Mas por vezes vai muito além disso e neste momento com grande dificuldade em respeitar certas normas.

Em Novembro passado tivemos uma chatice porque as avaliações intercalares dela desceram vertiginosamente e perante a minha primeira tentativa de lhe proporcionar um castigo simpático, houve o início de uma discussão em que a voz dela começou a abafar a minha. Raios, se há coisa que abomine são discussões e muito menos elevar o tom de voz. Um filho para um pai, muito menos. Nisso não há negociação.

A conversa tensa terminou ali, redigi uma carta com o meu punho com as decisões/sansões que teriam vigor no final do primeiro semestre caso os comportamentos de desvio de mantivessem. Assinei a carta, lacrei para não haver dúvidas, ela sabia o seu conteúdo e entreguei-a a fiel depositário que a única coisa que teria a fazer, seria, no final do 1º semestre lectivo, entregar-lha ou destruí-la.

Entender-se-ia com quem escolhi para fiel depositário, que seria apenas o mensageiro pois, acerca desse assunto eu não arguiria mais com ela. 

Cansam-me estas situações e o facto dela achar que, por termos uma relação tão umbilical, pode fazer "gato sapato". Não, não pode.

Pretendo que seja uma pessoa decente, educada, com valores e sem grandes devaneios porque não vale mesmo a pena. Não obstante ela é uma filha incrível, aparte estes percalços que têm condicionado a nossa comunicação nos últimos tempos.

Ah, e a tal missiva foi destruída pois o aproveitamento voltou ao que era e as classificações do final do semestre foram muito boas - o curioso é que ela própria ficou revoltada com uma nota e no fim, tive que a consolar dizendo-lhe que não era o fim do mundo e que estou muito orgulhosa pelos resultados que conseguiu uma vez mais alcançar.

Vá-se lá perceber isto.

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