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A morte, essa tragédia que nos obriga à despedida física, mas que deixa em nós uma saudade extrema que não se desvanesse

 Pensar na vida leva-nos inevitavelmente a pensar em morte. A pensar nos que já perdemos e que o nosso dia também se aproxima. Cada dia de vida vivida, é também menos um dia que nos distancia da morte.

A morte, esse grande enigma da vida que, de quando em vez, nos faz inteirar da realidade, da finitude do efémero que tudo isto é.

Estamos numa fase em que tanto se morre, desconhecidos, conhecidos, próximos, os nossos…e os tempos ficam sombrios por vezes.

Não sei o que se passa para além do que conhecemos, mas algo em mim gostava de os reencontrar. Aqueles que me protegiam e gostavam de mim e me proporcionaram momentos felizes e que, já não estão por cá.

Tenho saudades, muitas saudades. Talvez por isso esta noite tenha sonhado com a minha avó. Foi em contexto de doença (dela), num hospital, ela internada, sentada na cama, eu com os meus braços em torno dela num abraço longo, tão longo quanto o tempo que durou o sonho. Ela cabia-me no abraço, era uma mulher pequenina, mas forte e lutadora como nunca vi em mais ninguém.

Ali ficámos, ali fiquei…talvez a despedir-me fisicamente de alguém que tanta falta me faz. 

O Zé…dele o meu coração ainda não abrandou o sentimento…ainda parece tudo muito irreal, ainda parece que vou ouvir a minha mãe a contar as últimas novidades e teimosias dele. Faltam aqueles almoços em Setúbal, aquelas brincadeiras, aquela cumplicidade acima de pai e filha. Foi um grande amigo, daqueles que é difícil encontrar em toda uma vida. Tenho saudades, imensas…

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