Avançar para o conteúdo principal

Avó

Hoje o dia foi um sobressalto pegado. Trabalhar de manhã a dar formação, entretanto vá-se lá saber como rasguei as calças na zona da nádega esquerda; a sorte foi ter um casaco suplente no porta bagagens e andei todo o dia assim meia freak.

Por vezes neste dia vou ao cemitério, ali no sítio onde cada vez mais sei que ela não está, mas que há 17 anos se transformou na última morada do seu corpo físico.

Hoje que também se cumprem 15 dias da morte da minha madrinha.

O diagnóstico do meu olho, aliás, da minha córnea, e ter que dar estas notícias à minha mãe que fica em estado de sítio.

Ok, é desagradável, mas podia ser pior. Quando os resultados dos primeiros exames começam a vir negativos, confesso que a questão de um tumor na cabeça me voltou a assolar a mente - tenho uma filha para criar que depende inteiramente de mim bolas. Por outro lado não podemos ser egoístas ao ponto de achar que a nós, pelos nossos motivos não nos podem tocar as coisas más.

Saber que houve algo que cicatrizou, é bom sinal, podia ter rompido que era bem pior. E já não é a primeira vez que me ocorre algo na córnea. Desta vez deixou lesão irreversível, mas nada que uma lente com uma graduação superior não resolva.

Facto: a doença da minha avó sim, foi um problema devastador. Isto foi apenas um murro que levei, mas cuja dor já passou.

Recordo-a cada vez mais, sinto saudades e nestes momentos precisava do carinho dela, do optimismo, que me viesse fazer festinhas e aplicar as gotas no olho. Os beijinhos na ponta do meu nariz e a forma carinhosa como me chamava Tanoka!

Tantas saudades Avó, tantas.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...