Em dias de aniversário vêm-nos muitas coisas à memória, muitos pensamentos e divagações. E de facto há inúmeros acontecimentos do nosso dia-a-dia que são por nós recordados, seja pelos melhores ou pelos piores motivos.
Confesso que o dia do meu aniversário me proporciona sentimentos contraditórios; se por um lado é importante celebrar o facto de estarmos vivos e de estarmos rodeados pelas pessoas de quem mais gostamos, por outro é inevitável lembrarmo-nos de quem já partiu, de tudo aquilo que ainda não alcançámos e de todos os erros que fomos comentendo. Mas enfim, hoje não é de todo o dia do meu aniversário, vamos lá deixar essa neura/euforia para o dia 10 de Dezembro.
Basicamente hoje é um dia particularmente triste para mim. Lembro-me que há precisamente quatro anos atrás estava um dia bonito, solarengo e com algum vento, semelhante ao dia de hoje.
Foi no dia 27 de Junho de 2003, podia ter sido noutro dia qualquer, mas...aconteceu. Foi o resultado de muitos momentos de ponderação, de muitos momentos de luta com a consciência, aquelas lutas que nos deixam "entre a espada e a parede". Mas as decisões têm que ser tomadas e é importante que tentemos decidir nos momentos cruciais da nossa vida qual o caminho a seguir, que sonhos queremos ver cumpridos e acima de tudo encontrar algum equilíbrio emocional.
E a maior parte das vezes as alternativas não são razoáveis nem sequer se deve falar em ganhos e perdas, porque se assim for, há precisamente quatro anos baixei as armas e perdi a batalha, desisti. Mas...a proximidade emocional continua a existir, os laços de sangue falam mais alto e tendo a perfeita noção de que isso já devia ter acontecido há muitos e muitos anos (para benefício de ambas as partes) o cordão não foi cortado e apesar das mágoas e das feridas que teimam em não sarar.....fazes-me falta!
Fizeste o melhor que sabias e o melhor que podias com a rigidez e a rectidão que te são características, quase sempre chocávamos de frente ou melhor em todas as direcções. Mas continuas a fazer-me falta.
Apesar das nossas divergências amo-te, respeito-te, sinto a tua falta e a falta dos poucos (mas que estão gravados na minha memória) momentos de cumplicidade que conseguimos ter desde o dia em que nasci. És e sempre serás o meu amor maior Mãe, e tenho a certeza que a Tanokas e a Bibocas também serão os teus.
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