Avançar para o conteúdo principal

 Receber o convite para assistir à atribuição dos prémios de mérito na escola da minha filha é sempre algo confrangedor.

Não concordo com este tipo de distinção neste nível de ensino, o que não obsta que haja quem de facto se distinga pela positiva, mas entendo que a relação custo/benefício não está de todo equilibrada.

As crianças são cruéis e os adolescentes ainda mais e se, por um lado, estes prémios ocasionam uma diferenciação já de si óbvia (que nada tem a ver com capacidades intelectuais) por outro também para quem os recebe existe muitas vezes a busca pela distinção e não o brio desinteressado.

A minha filha sabe perfeitamente a minha opinião e é congratulada sistematicamente pelos seus sucessos e motivada ante alguns percalços e não fico com mais orgulho por estar presente naquele tipo de cerimónia.

Reitero, não concordo que seja aplicada a nível de escolaridade obrigatória, mas a níveis superiores acho que é de louvar quem é agraciada com distinções. A maturidade será outra, o (bom) carácter já estará formado e a consciência também.

Mas a realidade que vivemos é esta, assim está definido, a minha miúda ganhou mais um ano o prémio pelo seu excelente percurso e obviamente eu lá estarei na primeira fila a aplaudi-la e a vibrar por ela. Entenda-se...por ela. Pelo que ela sente por eu estar lá e demonstrar publicamente o meu orgulho que vai muito além de um prémio de mérito atribuído pelo Agrupamento de Escolas.

Filhota, um dia, bem mais tarde que porventura leias isto, já terás idade para perceber o que digo e nunca duvides que a mamã, perto ou longe, tem um imenso orgulho, admiração...mas acima de tudo um amor gigantesco por ti. Serei sempre aquela estrela mais brilhante a piscar lá no cimo e sempre para ti.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...