Avançar para o conteúdo principal

Enjoy the silence

 Há momentos em que necessitamos de silêncio, da nossa paz, mesmo que a camuflemos com idas ao ginásio e alguma adrenalina. Mas nem esses momentos devem ser justificados.

Se não estamos presentes, se o nosso telefone não toca ou as mensagens enviadas não são de imediato lidas, ou que disso haja registo….deixem-nos a viver a nossa paz possível, como bem entendemos e como a queremos.

Se há algo que se conquista com o avançar da idade é poder estar só connosco. Não interessa se é Natal ou Carnaval, é igual. O paganismo e o cinismo ao mais alto nível, apenas colmatado pelo nosso núcleo duro, seja ele composto por família e/ou amigos que são família. 

Quem realmente importa, está lá, em todos os outros dias e acima de tudo, nos que são de facto necessários. Este ano que finda, após vários deslizes de saúde e alguns episódios de tristeza extrema, essa família e amigos que são família estiveram lá. Mas também estiveram ao ponto de respeitar as minhas fugas e o meu silêncio. Até porque as más notícias depressa circulam e como se percebe…não morri…ainda.

Portanto, não perguntem por mim…imaginem que voei. (Sim, clara inspiração à querida Alice Vieira)

Passei para outra dimensão em que o desinteresse por seres com vida ou sem ela, banais, é uma constante. Há momentos na vida em que algo faz disparar gatilhos que fazem disparar uma arma letal face ao que somos ou fomos até então e nos transmuta. 

E não há a mínima paciência nem presença de espírito para vulgaridade. O silêncio é ouro, a maior riqueza que posso almejar. Depois o som da música de que gosto, as letras nos meus livros, o cinema, o teatro, os destinos além fronteiras ou por aqui mesmo que escolho conhecer, algumas pessoas, cada vez menos porque finalmente percebi que não vale a pena dar-mo-nos a quem não sabe o que é o amor; o amor fraterno, o amor romântico…o amor em sentido lato. Poucos sabem .

Vai daí é pelo menos manter a fé na existência. Tudo o resto são tretas.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Ritz - Quinceañera

 Mas como é que já se passaram 15 anos desde aquele dia em que finalmente a conheci e senti que já a conhecia desde sempre. Não a ela em si, mas à essência dela, à presença dela em mim. Bem que dizem que os filhos são sangue do nosso sangue, carne da nossa carne e senti que uma parte de mim se havia desprendido e estava pronta a desbravar terreno, desenvolver-se, superar-se e ser uma muito melhor versão dos seus ascendentes. Aí estava a minha borboleta, a minha Tinkerbell, a minha Bébécas, a riqueza de sua mãe, o pequeno demónio, a princesa....a Ritz. O livro em aberto que a cada dia ganha mais páginas, o amor puro, o orgulho, por vezes a minha falta de paciência para a sua desafiante adolescência e a reinvenção diária de mim própria e de como lidar com este ser do mundo. 15 anos de ti, 15 anos de nós e a certeza de que sem ti a minha vida teria o maior dos sonhos por realizar, porque sempre desejei ser tua mãe, mesmo antes de existires. Muitos Parabéns Filhota e que estes 15 anos ...