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Fragilidades, boletins clínicos e mais uma série de coisas que não interessam para nada nem a ninguém

 Mas que vão constar nestas memórias.

Há uns dias atrás comentava que sendo uma pessoa com algumas fragilidades e um sistema imunitário da treta e dado o facto de estar quase sempre com gripes, alergia e afins, para a minha filha as coisas não passam daí, pelo que ao ver-me a fazer um auto-teste lá vinha com desdém que não valia a pena estar com coisas porque o estado em que eu estava, era o meu normal.

Talvez fosse, aliás, nem me sentia doente ao ponto de estar "encovidada" mas como agora nunca se sabe e os auto-testes já fazem parte do quotidiano, bora lá zagaratoar as narinas e demais orifícios que fazem parte do sistema respiratório.

E o teste deu negativo mas numa cadência de 15 minutos o meu estado geral decaía. Quando vou, passada já quase 1 hora deitar o material biológico fora, estava lá outra risca. Oh Diabo! (pensei). Mas eles dizem que passados 20 minutos o teste deixa de estar válido...será!? Na dúvida repete-se, se bem que nesta fase a minha voz estava completamente afectada. Facto que já nesse dia de manhã me tinha sido comentado por uma pessoa com quem reuni por Teams, mas que eu achei que era efeito....da tal alergia.

Segundo teste já following the rules, comme îl faut etc e tal...e as duas risquinhas que não deixam margem para dúvidas. 2 anos e tal depois, com muito pragmatismo e cuidados, já tendo corrido riscos reais e com alguma consciência deles...desta vez ainda estou mesmo para saber a quem apontar o meu grande indicador acusatório. Por pura catarse preciso de ter um culpado e não o encontro. Ah...que seja o pangolim, esse grande mamífero amestrado com ar pré-histórico.

Depois disso foi sempre em mau - deixo o relatório clínico no domínio privado, mas de facto não desejo a ninguém. E ai de quem me venha dizer que "é uma gripezinha" porque após dezenas e dezenas de gripes ao longo da vida, 11 pneumonias e mais uma série de maleitas, nunca me senti num estado tão deplorável, desconfortável, doloroso....como me senti com este vírus no corpo.

Faço parte do clube que mesmo após o tempo regulamentar continuei a testar positivo, com alguns sintomas persistentes e a minha filha descobriu da pior maneira que a mãe não só não é a Mulher Maravilha como também lhe passou o vírus maldito. Mesmo tendo sido retirada do antro viral, o mal já estava feito e acabou por testar positivo 3 dias depois de mim mas ela sim levou o episódio clínico com muita ligeireza, muito apetite e descontracção. Em boa hora, porque qualquer mãe suporta muito melhor a dor em si, do que num filho.

E aqui fica o breve resumo da época em que, no ano da graça de 2022 algures pelo mês de Maio, eu apanhei Covid19 pela primeira vez.

E não podia deixar de estar grata a quem de facto na alegria e na tristeza, na saúde e na doença esteve lá sempre para mim e para a minha filha e sabes quem és....e sabem quem são. 

No fim...é isto que fica e o meu coração está grato.

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