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O colo da mamã

 A minha filha foi sempre pesada; foi uma bebé que nasceu com 4190kg e só me lembro que tenha perdido peso numa pesagem. Daí para a frente foi sempre igual a si própria. Uma grande bebé no percentil 90 ou 95. E confesso que me custava. Nunca tive aquela sensação de ter um bebé nos braços que parece que se vai "partir". 

Ela era algo sabichona e gostava de colo e da maminha da mãe e até eu perceber e aceitar que tinha que a contrariar, senão ainda hoje carregaria com ela às costas e teria que dormir com ela, tive que levar alguns abanões da pediatra, do obstetra, de algumas amigas e da minha mãe. Portanto as primeiras semanas foram caóticas e o peso dela dava-me cabo dos braços e da coluna.

Ainda para mais a morarmos num 3º andar, sem elevador, o peso dela + ovo + acessórios causaram-me bastante desconforto.

Mas não há mal que sempre dure. E quando comecei a contrariá-la, ela rapidamente percebeu que havia limites para o colo e maminha da mãe e então quando aprendeu a andar por si própria, o problema passou a ser agarrá-la. É incrível a rapidez com que os bebés correm. Parecem uma enguia a escapar-se-nos por entre os dedos.

Na verdade esses tempos passam muito depressa e eu tenho tantas saudades dos tempos em que a conseguia pegar ao colo. Como é que eu colmato isto: sento-me e peço-lhe para se sentar ao meu colo, aperto-a nos meus braços e encho-a de beijinhos e enfio-lhe o meu nariz no seu pescoço à procura daquele cheirinho bom de bebé.

Logicamente que sinto olhares de desdém e reprovação da parte dela, como que a dizer baixinho "a minha mãe passou-se", mas não me importo. Enquanto a chamar e ela se atirar para o meu colo, estamos bem.

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