Avançar para o conteúdo principal

Não vale a pena criticar gratuita e destrutivamente os Serviços Públicos

 Ninguém estava preparado para uma situação destas, mas 9 meses volvidos existem de facto tópicos inadmissíveis.

Ora vejamos, se um cidadão contacta a linha Saúde24 no dia 28/10 e lhe dizem que num período de 72 horas será contactado pela Unidade de Saúde Pública, a pessoa acredita, não obstante ouvir comentários (vários) a relatar que afinal podem não ligar.

...mas entretanto perante um primeiro teste com resultado negativo, o Centro de Saúde informa que a Alta só poderá ser validada pelo Delegado de Saúde; quer isto dizer que só após informação positiva do Delegado de Saúde é que se pode, findos os 14 dias de isolamento profiláctico, sair de casa. Mas...(mais um mas) o Centro de Saúde na pessoa de uma Enfermeira muito acessível também informa que estão com alguma dificuldade em ligar a todas as pessoas pelo que é preferível mais perto do final do isolamento, enviar para lá um email para que respondam que de facto já se pode sair de casa.

Foi o que fiz...por acaso embora em isolamento consegui manter-me em actividade profissional, não obstante a quantidade de pessoas que tive que chatear para me ajudarem com a logística familiar: compras, deixar a miúda na escola, trazer a miúda a casa, etc.

Mas penso que caso tivesse que permanecer de "baixa", por este andar ainda deveria estar a pão e água dada a falta de acção das entidades públicas competentes.

Passaram os 14 dias, não me deram resposta, e, socorrida do email que lhes enviei oportunamente, retomei a minha vida normal, portanto sem sintomas e teste negativo.

21 dias depois de findo o meu período de isolamento que eu própria levantei cumprindo todas as regras, menos o não estar à espera que a Unidade de Saúde Pública se dignasse a fazer o que nos informam as várias entidades contactadadas (Saúde24 e Centro de Saúde) recebo um email da supra citada entidade com o seguinte mensagem:

"Boa noite.

Agradeço informação se a situação se encontra resolvida.

Com os melhores cumprimentos

A Assistente Técnica

****"

Penso, só podem estar a gozar. Qual situação!? Se o utente do SNS continua confinado a casa à espera de ordem de liberdade? Se a pessoa morreu? Se recebeu os proporcionais do seu salário ou está a ser alimentado através da caridade da vizinhança?

Portanto, sem críticas demagógicas tenho a lamentar esta falta de sincronização e de respeito pelas pessoas, mas acredito que é por este tipo de situação que depois temos quem fure e desrespeite algumas regras. Não está a ser uma época fácil, mas então não afirmem coisas que na realidade não conseguem cumprir.

O irónico disto tudo é que na prática continuo a não ter o aval oficial da Saúde Pública para sair de casa, limitando-me a ter um "agradeço informação se a situação se encontra resolvida:" Isto é genial.

E agora que já reclamei, vou ali dar uns miminhos à minha filha que muito merece.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...