Avançar para o conteúdo principal

De onde vêm os afectos

Realmente a relação de médico-paciente, quando é de confiança, faz milagres.

Tenho um médico que me acompanha há uns bons anos, e mesmo quando tenho alguma situação que possa não ser directamente a especialidade dele, é a ele que recorro primeiro; talvez por ter um grau de intimidade grande, e me sentir mais à vontade para expor as minhas questões.

Andamos num "namoro clínico" desde Novembro passado, coisa chata e que ainda não está concluída, e hoje, lá fui outra vez com indicação e prescrição para voltar em breve.

O que me deixou de lágrima no canto do olho, como canta o Bonga, foi no fim da consulta, chegar à recepção de carteira en punho para pagar a dolorosa, e sabemos que consultas de especialidade não são baratas, e a recepcionista que já me conhece dos tempos de gravidez dizer assim:
"Adeus Tânia, não é preciso mais nada, está tudo tratado!"
Então, mas falta-me pagar....

"Não, falta ir-se embora que já está despachada, não tem nada a pagar ao Dr."

E lá fui, meia aparvalhada com este mimo do meu médico, que tem sido acima de tudo um grande amigo. Tenho sorte nestas coisas. Nem tudo se trata de um negócio e os afectos podem vir sempre quando menos se espera.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...