Ando aqui há dias para deixar para a posteridade tudo aquilo que sinto, e basicamente como foi o dia do nascimento da minha filha e uns dias por falta de tempo, outros por não saber bem por onde começar, têm feito com que esse objectivo tenha vindo a ser adiado...mas não esquecido.
Hoje posso dizer com toda a segurança e convicção que o dia 04 de Julho de 2010 foi o dia mais feliz da minha vida. Sérá um marco que jamais poderá ser ultrapassado e apenas será igualado se porventura tiver mais algum filho, ou então no dia do nascimento dos meus netos.
Depois da dor a que fui exposta pelo então meu "companheiro" quando ao oitavo mês de gravidez da filha em comum me fazem chegar a informação da sua traição e do que sofri até a minha filha nascer, nomeadamente com a desilusão, a humilhação, a incredulidade face a um acto tão nojento, o facto de ter lidado com os medos, as dúvidas, os anseios de um final de gravidez totalmente abandonada sabendo que o senhor em questão andava em hóteis aqui e ali, em fins de semana ali e acolá com a ainda mais inqualificável sujeita a quem se uniu e a quem tão pouco se pode dar uma qualificação humana, recebi de braços abertos a mais magnífica prenda que poderia receber....a chegada da minha filha.
Durante os longos 9 meses de gestação foi sendo cada vez mais minha, até que chegada à encruzilhada do abandono e do virar de costas do progenitor, me senti a grande responsável por aquela criança que hoje, tanto me faz sorrir. No fundo, desde o resultado positivo do teste da farmácia a minha relação com a minha bébé foi-se tornando mais intensa, a partir dos 3 meses de gravidez comecei a preparar o enxoval e a apaixonar-me mais por ela. Talvez inconscientemente estivesse a adivinhar que daí para a frente apenas poderíamos contar uma com a outra...talvez.
A partir da altura em que recebi a notícia da traição, o que até então tinha sido uma gravidez santa e abençoada, começou a ser pautada por alguns ameaços, sustos e duas idas às urgências da Maternidade com fortes dores abdominais, ocasionadas pelo estado de ansiedade e tristeza em que fiquei...o apoio paterno continuou a ser nulo -apenas aparecia nas consultas e idas à urgência, para manter a pose e o normativo social, pois a humilhação à minha pessoa continuou e a falta de respeito para com uma mulher num estado avançado de gestação ultrapassou todos os limites.
Os ameaços de nascimento precoce, não passaram disso mesmo, as notícias dadas pelo médico davam conta de uma bébé grande, as semanas avançam e dá-se o retrocesso; a bébé embora em posição cefálica continuava sem vontade de nascer e a minha ansiedade para tê-la comigo e com saúde aumenta de dia para dia.
Comecei a dar longas caminhadas na praia, abrandei um pouco o ritmo de afazeres diários, mas a saga continuava e o médico avança que caso a bébé se mantivesse sossegadinha no seu casulo, o parto seria induzido no dia 07/07.
Chegámos ao dia 02/07 e depois de mais uma caminhada na praia, a qual está registada em fotografias para mais tarde recordarmos, recebo finalmente um sinal diferente. Uma mancha que não deixava dúvidas de que o desfecho estaria para muito em breve.
Nesse mesmo dia depois de um último descargo de consciência aviso o progenitor de que tudo estaria para breve, ao que o mesmo responde que se "necessitares de boleia para o hospital, telefona ou manda mensagem". Nem na última oportunidade para ter um comportamento digno, o teve...e ao final da noite descarreguei toda a minha desilusão ligando-lhe e dizendo-lhe o que pensava da sua atitude e do seu comportamento.
Respondeu da forma mais rude que se possa imaginar, culminando com o desligar-me o telefone na cara e lá voltou para a sua amante desonesta e eu pouco depois inicio o processo das verdadeiras contracções de parto.
Perto das 04 da madrugada de sábado dia 03 de Julho de 2010 as dores tornaram-se muito fortes, não aguentava estar na posição de deitada e com toda a calma e serenidade levantei-me, ultimei os últimos detalhes em casa, "despedi-me" de cada assoalhada pois tive a noção de que saindo a porta, quando voltasse não só não viria sozinha, como também sabia que nada iria ser como antes.
Correram-me as lágrimas pela face, ali, naquela minha solidão e a bébé prestes a deixar o casulo.
Pelas 08 da manhã, liguei para o meu suporte de todas as horas, a minha madrinha, disse-lhe com toda a calma que o momento se aproximava e ainda fiz a viagem até sua casa no meu carro, com as minhas contracções de 15 em 15 minutos.
E eu....estava calma. Ia ser mãe, estava a passar pelo processo de parto, mas estava tão tranquila e o medo tinha-se dissipado.
Perto das 10 da manhã estava a dar entrada na urgência da Maternidade Alfredo da Costa; os trâmites do costume, medir a tensão, CTG, consulta, toque...enfim, tudo a que se tem direito naquele momento e o veredicto...0 dedos de dilatação; o facto de ter contracções de 15 em 15 minutos ainda adivinhava uma longa espera, talvez de dias - lá voltei para trás.
Mas eis que cerca das 22 horas desse mesmo dia, num ápice, o que eram contracções de 15 em 15 minutos, passou a contracções ritmadas de 8 em 8 e depois de 5 em 5 minutos...suportáveis, mas dolorosas.
Trajecto - novamente a MAC...
(continua)
Hoje posso dizer com toda a segurança e convicção que o dia 04 de Julho de 2010 foi o dia mais feliz da minha vida. Sérá um marco que jamais poderá ser ultrapassado e apenas será igualado se porventura tiver mais algum filho, ou então no dia do nascimento dos meus netos.
Depois da dor a que fui exposta pelo então meu "companheiro" quando ao oitavo mês de gravidez da filha em comum me fazem chegar a informação da sua traição e do que sofri até a minha filha nascer, nomeadamente com a desilusão, a humilhação, a incredulidade face a um acto tão nojento, o facto de ter lidado com os medos, as dúvidas, os anseios de um final de gravidez totalmente abandonada sabendo que o senhor em questão andava em hóteis aqui e ali, em fins de semana ali e acolá com a ainda mais inqualificável sujeita a quem se uniu e a quem tão pouco se pode dar uma qualificação humana, recebi de braços abertos a mais magnífica prenda que poderia receber....a chegada da minha filha.
Durante os longos 9 meses de gestação foi sendo cada vez mais minha, até que chegada à encruzilhada do abandono e do virar de costas do progenitor, me senti a grande responsável por aquela criança que hoje, tanto me faz sorrir. No fundo, desde o resultado positivo do teste da farmácia a minha relação com a minha bébé foi-se tornando mais intensa, a partir dos 3 meses de gravidez comecei a preparar o enxoval e a apaixonar-me mais por ela. Talvez inconscientemente estivesse a adivinhar que daí para a frente apenas poderíamos contar uma com a outra...talvez.
A partir da altura em que recebi a notícia da traição, o que até então tinha sido uma gravidez santa e abençoada, começou a ser pautada por alguns ameaços, sustos e duas idas às urgências da Maternidade com fortes dores abdominais, ocasionadas pelo estado de ansiedade e tristeza em que fiquei...o apoio paterno continuou a ser nulo -apenas aparecia nas consultas e idas à urgência, para manter a pose e o normativo social, pois a humilhação à minha pessoa continuou e a falta de respeito para com uma mulher num estado avançado de gestação ultrapassou todos os limites.
Os ameaços de nascimento precoce, não passaram disso mesmo, as notícias dadas pelo médico davam conta de uma bébé grande, as semanas avançam e dá-se o retrocesso; a bébé embora em posição cefálica continuava sem vontade de nascer e a minha ansiedade para tê-la comigo e com saúde aumenta de dia para dia.
Comecei a dar longas caminhadas na praia, abrandei um pouco o ritmo de afazeres diários, mas a saga continuava e o médico avança que caso a bébé se mantivesse sossegadinha no seu casulo, o parto seria induzido no dia 07/07.
Chegámos ao dia 02/07 e depois de mais uma caminhada na praia, a qual está registada em fotografias para mais tarde recordarmos, recebo finalmente um sinal diferente. Uma mancha que não deixava dúvidas de que o desfecho estaria para muito em breve.
Nesse mesmo dia depois de um último descargo de consciência aviso o progenitor de que tudo estaria para breve, ao que o mesmo responde que se "necessitares de boleia para o hospital, telefona ou manda mensagem". Nem na última oportunidade para ter um comportamento digno, o teve...e ao final da noite descarreguei toda a minha desilusão ligando-lhe e dizendo-lhe o que pensava da sua atitude e do seu comportamento.
Respondeu da forma mais rude que se possa imaginar, culminando com o desligar-me o telefone na cara e lá voltou para a sua amante desonesta e eu pouco depois inicio o processo das verdadeiras contracções de parto.
Perto das 04 da madrugada de sábado dia 03 de Julho de 2010 as dores tornaram-se muito fortes, não aguentava estar na posição de deitada e com toda a calma e serenidade levantei-me, ultimei os últimos detalhes em casa, "despedi-me" de cada assoalhada pois tive a noção de que saindo a porta, quando voltasse não só não viria sozinha, como também sabia que nada iria ser como antes.
Correram-me as lágrimas pela face, ali, naquela minha solidão e a bébé prestes a deixar o casulo.
Pelas 08 da manhã, liguei para o meu suporte de todas as horas, a minha madrinha, disse-lhe com toda a calma que o momento se aproximava e ainda fiz a viagem até sua casa no meu carro, com as minhas contracções de 15 em 15 minutos.
E eu....estava calma. Ia ser mãe, estava a passar pelo processo de parto, mas estava tão tranquila e o medo tinha-se dissipado.
Perto das 10 da manhã estava a dar entrada na urgência da Maternidade Alfredo da Costa; os trâmites do costume, medir a tensão, CTG, consulta, toque...enfim, tudo a que se tem direito naquele momento e o veredicto...0 dedos de dilatação; o facto de ter contracções de 15 em 15 minutos ainda adivinhava uma longa espera, talvez de dias - lá voltei para trás.
Mas eis que cerca das 22 horas desse mesmo dia, num ápice, o que eram contracções de 15 em 15 minutos, passou a contracções ritmadas de 8 em 8 e depois de 5 em 5 minutos...suportáveis, mas dolorosas.
Trajecto - novamente a MAC...
(continua)
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