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Existe o paradigma da visão do inferno

E depois também existe o do olfacto. Dizem que o último dos sentidos que perdemos, isto se não padecermos antecipadamente de surdez, é a audição.

Daí devermos ter muito cuidado com o que dizemos perto de pessoas que se encontrem em estados de coma e inconsciência.

No meu caso, o último sentido que devo perder a par desse, será mesmo o do olfacto.

Sim, posso estar a "léguas" que consigo distinguir odores, sejam eles bons ou maus. E sofro em demasia com os maus. Mas imagine-se se estando eles a léguas, eu os sinto, se estiverem a escassos centímetros...é a tortura.

Ontem estava eu na fila para pagar a gasolina com que ia abastecer o carro. À minha frente estava um indivíduo que deveria ter menos uns 5 centímetros do que eu em altura e menos 30% em volume - portanto, um lingrinhas.

O "lingrinhas", não pude deixar de reparar, tinha ares de pimpão, assim a querer  atirar para uma certa moda actual, e na verdade nem estava mal arranjado...mas exalava por ele fora um cheiro a suor tão forte, daquele cheiro que não é do dia, nem do dia anterior apenas, mas de vários dias, refinado e do pior que as minhas narinas alguma vez tiveram que filtrar.

Ao ponto que, saiu do estabelecimento e deixou o rasto a pairar por ali. Acreditem ou não, tenho a sensação que aquele aroma se impregnou na minha roupa e na minha pele; estava já dentro do meu carro e o odor perseguia-me.

Fiquei com náuseas. Não tive outro remédio senão enfiar-me da banheira e depois disso, colocar perfume na entrada das minhas narinas, tal não foi a potência.

Uma coisa é certa, aquele indivíduo se assim continuar, nunca será atacado por um animal selvagem; mas nem pelos necrófagos. O calibre é muito acima do que se possa imaginar.

PS: a pessoa em questão, como acima referi e reforço não era sem abrigo nem tão pouco estava a pedir esmola. Tinha uma viatura para abastecer tal como eu e não vou dizer que seja pouco dado a hábitos de higiene, longe de mim...mas lá que deve ter debilidades olfactivas, lá isso deve.

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