Avançar para o conteúdo principal

….e ela brilha, brilha mesmo.

 Há 12 anos atrás deambulava com uma proeminente barriga de grávida e tinha tantas, mas tantas dúvidas. Tantos medos de como iria ser a minha identidade depois de ser mãe. O que é isso de ser bom pai, boa mãe!? 

Nunca saberei a resposta, não se trata de algo que se consiga quantificar. Mas tenho alguns sintomas da “doença” disto que deve ser o ser-se mãe: 

  • O coração que me mantém viva bate fora do meu corpo e é jovem e cheio de vigor
  • Lembro-me desse coração constantemente e do meu…não me lembro 
  • Incluo-a sempre na minha vida e nas minhas decisões e jamais me colocando em primeiro lugar, ainda que por vezes não me fizesse mal fazê-lo porque também existo mas…
  • …parece que tenho que me socorrer dos pensamentos do Descartes pois entendo a minha existência como garante da existência dela, da felicidade dela, da minha presença nela, mesmo que por vezes eu não esteja assim tão feliz comigo, mas quero estar lá, incondicionalmente para ela
  • E nisto faço o possível que o meu tempo me permite, mas sei que não faço tudo o que ela precisa e o que ela deseja e penalizo-me por não lhe ter dado a oportunidade de aprender música, piano, violino…não é fácil termos o nosso trabalho, as responsabilidades familiares e as extra-curriculares e ainda sobrar tempo para tudo o que lhe dá prazer
  • …e nisto os meus prazeres ficaram para trás…mas é disto que se trata quando temos o nosso coração num outro corpo não é!?
E hoje vieram as notas da Páscoa e mais uma vez ela brilhou, e o coração amolgado desta mãe inchou de orgulho na sua menina. Ela cresce, fica independente, vai seguir o seu caminho mas será para todo o sempre…a minha menina.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...