Avançar para o conteúdo principal

Programas culinários versus Entretenimento

 Começando pelo fim, longe vão os tempos de verdadeiro serviço público na televisão. Sabemos que as televisões privadas nunca proliferaram com esse objectivo…mas em parte deveriam. 

Há que entreter, sim. Há diversos tipos de público. Também. Mas chegamos a um ponto em não se deveriam ultrapassar certos limites, como por exemplo os da falta de respeito, educação, cultura, etc. porque em última instância devemos sempre aprender algo, reter, e cada vez se retêm coisas mais básicas e inusitadas o que para pessoas intelectualmente mais desfavorecidas, não lhes acrescenta qualquer valor.

Ora bem, concursos ligados à culinária, seja para revelar autênticos prodígios a cozinhar, restaurantes sujos e decadentes, criancinhas que cozinham muito melhor que muitos adultos…tudo serve. E depois temos alguns moderadores, apresentadores, cozinheiros e/ou chef’s que até são construtivos e temos também o Ljubomir. 

Frequento quando calha o restaurante dele, gosto do conceito dele, ria-me imenso quando o vi as primeiras vezes na televisão, mas agora sinceramente já maturei a  coisa e acho-o excessivo. Ele é bom, ele sofreu imenso com a guerra na Sérvia, mas continua a ter lugar para ser ainda melhor e existem pessoas que sofreram tanto ou mais do que ele, e não são assim tão intensas.

Em televisão sobretudo acho que se deve apostar no comportamento construtivo. Ele fá-lo algumas vezes, sobretudo com pessoas que de algum modo o cativam, mas depois parte a loiça com outras, que até merecem muitas vezes ser postas no seu lugar…mas com modos.

Resumindo, fiquei chocada com a última estreia do novo programa moderado por ele. Ele nem esteve muito altercado, mas o leque de concorrentes é estranhíssimo. Acredito que haja um casting mas…qual a ideia? Aspirantes a Chef que não sabem que tipos de arroz se utilizam para fazer risotto? Esses mesmos aspirantes dizem que a abóbora é um tubérculo? Falta de rigor? Não sabem descascar uma batata, atirando para o lixo mais de meia batata?

Enfim, cada vez mais se vê mais mau entretenimento, imagino que no decorrer da série o Chef  se vai passar e vai começar a gritar palavrões e no fim…aprendeu-se pouco, ou mesmo nada. Em suma, cheguei mesmo à crise de meia idade, já não tenho dúvidas.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Folder "Para quê inventar" #6

 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...