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Hoje...

Cumpre-se mais uma das minhas efemérides. Foi há precisamente 6 anos que comecei a trabalhar na empresa onde ainda hoje me encontro.

Era na altura uma miúda-mulher idealista, licenciada há pouco mais de 2 anos, com imensos projectos e um idealismo exacerbado, do alto dos meus 24 aninhos.

Fico apreensiva ao parar para pensar que já se passaram 6 anos, que os meus 24 anos já lá vão, entrei nos 30, o idealismo profissional deu lugar ao comodismo, ao conformismo, à desmotivação e à desilusão.

Eu, que era uma pessoa com alguma clareza de raciocínio, alguma garra, alguma vontade de aprender, de fazer coisas novas...pasme-se quem melhor me conhece, estagnei. O meu índice de motivação deve estar na escala negativa, e, muito sinceramente deixei de acreditar em toda esta estrutura.

É certo que todos passamos por estes momentos, há projectos melhores do que outros, mas cheguei à conclusão de que o meu know-how sofreu um forte revés, talvez tenha perdido algumas capacidades de arriscar (a idade também nos faz assentar os pés na terra) e cheguei a uma situação pouco vantajosa, aguerrida e competitiva para mim.

O que tinha para aprender já aprendi, e sinto que de dia para dia vou coleccionando menos-valias. Basicamente porque vivemos num país em que as capacidades intelectuais aliadas às capacidades de trabalho raramente são tidas em conta, as pessoas não são valorizadas por isso, sendo pautadas as suas avaliações por critérios mais ou menos claros, mais ou menos justos e transparentes.

Não tenho outra alternativa senão traçar um plano de contingência para reverter a situação e encontrar algures em mim o idealismo e a garra algures adormecidos.

Comentários

cacau disse…
se calhar basta traçares novos objectivos... eprocurares novas oportunidades fora dessa empresa... eu sei que é fácil falar ;) boa sorte!!!
Rui César disse…
Eu já passei pelo mesmo no meu passado profissional... duas vezes.. e sei o que isso é...

Da primeira vez... Enquanto estava a aprender e ao final de cada dia sabia mais do que o dia anterior esperava ancioso pelo dia seguinte e fui ficando... mas depois de 4 anos essa motivacäo foi-se e ficava apenas pelos colegas de trabalho e pela segunda familia que tinha ali... Tomei a decisao de sair quando já todos estavam a sair... era muito verdinho nessa altura.

Da segunda vez, foi diferente... E antes de comecar a sentir essa sensacão, fui falar com o meu chefe sobre o que ele esperava de mim no futuro. Não o fiz por chantagem, mas fiz para o ajudar a ele e a mim. Fiquei a saber que pouco mais podia progredir na empresa, e por outro lado fiquei de consciencia tranquila de procurar novo rumo. O certo é que ao final de seis meses, chamou-me e perguntou-me se queria tentar uma oportunidade fora de Portugal, e aqui estou eu a escrever neste blog de Viena de Austria a trabalhar na mesma empresa, mais motivado.

Moral da Historia: Acho que não devias ter esperado que a tua motivacão fosse negativa para comecar a pensar em mudar... Devias ter comecado a pensar assim que a motivacao comecou a descer... para teres conseguido mudar antes de se tornar negativa.

O mercado de trabalho em Portugal está mal, mas se acreditamos em nós, conseguimos. Nada está perdido, é preciso confianca.

PS: Peco descupas pela acentuacão, pois o meu teclado do portatil é dinamarquês.
Unknown disse…
Olá, eu também estou a passar pelo mesmo, estou há 12 anos no meu serviço, tenho 31, entrei com 18, deixei a escola, família e entreguei-me de corpo e alma, mas tal como tu as minhas ideias, com o passar dos anos foram assentando e apercebi-me que afinal, mesmo depois de anos e anos dedicado a "uma causa", a viver longe da família, dos amigos, estar sujeito a várias adversidades e muita disciplina, a recompensa que tive foi a indiferença e a prepotencia por parte das chefias.
Para muitos, somos considerados máquinas, não como pessoas com vida própria e por vezes não há a mínima compreensão por certos problemas privados que possam acontecer.
Mas evidentemente que há o reverso da medalha, adoro o meu serviço, o que faço lá dentro, a possibilidade de ir a sítios no estrangeiro que muito dificilmente iria se não fosse o meu serviço, e acima disso tudo, a amizade e a camaradagem que criei durante estes anos todos.
Eu penso nestes últimos factores e vou seguindo em frente e penso que deves de fazer igual, olha para o que de bom tem o teu trabalho e esquece o mau.
Fica bem
Pipas
Anónimo disse…
Terroncete dice:

Comprendo perfectamente como te sientes,...pero no puedo sentir lo que tu corazón está sintiendo en estos momentos...
Para mí lo más importante es levantarte cada día de la cama contento/a y alegre con ganas de cambiar el mundo; y en segundo lugar es ir a dormir con la tranquilidad de que mi día ha sido bastante bello; dar las gracias por todo lo que tengo y pedir por aquellas personas que sufren cada día...

Quiero decirte desde la lejanía, que todo el mundo tiene días tristes...pero "Siempre hay mil soles después de las nubes". Recuerda que "Un día sin Risas es un día perdido"...Así que Ríete corazón...(Si Tú estás triste, Yo también...)

Y no olvides que la Felicidad está en los pequeños detalles de la vida...Recuerda "La Vita e Bella"... Buenos Días Princesa
Anónimo disse…
Terroncete dice:
(terroncete@hotmail.com)

Reitero..."La Felicidad está en los pequeños detalles"

Te Dejo una Historia:

Un anciano narraba: “La felicidad no es un lugar…es un trayecto del mismo”…

“…Nada hace que la felicidad sea más inalcanzable que tratar de encontrarla. El historiador Will Durant describe cómo buscó la felicidad en el conocimiento y sólo encontró desilusiones. Luego buscó la felicidad en los viajes y sólo encontró el cansancio; luego en el dinero y encontró discordia y preocupación. Buscó la felicidad en sus escritos y sólo encontró fatiga. Una vez vio una mujer que esperaba en un coche muy pequeño con un niño en sus brazos. Un hombre bajó de un tren y se acercó y besó suavemente a la mujer y luego al bebé, muy suavemente para no despertarlo. La familia se alejó luego en el coche y dejó a Durant con el impacto que le hizo realizar la verdadera naturaleza de la felicidad. Se tranquilizó y constató que "todas las funciones normales de la vida encierran algún deleite".
Infelizmente no mundo do trabalho os critérios de avaliação de competências são sempre os piores. Talvez por isso sejam na sua maioria os mediocres a estar em cargos de chefia. Com o passar dos anos as pessoas vão-se desmotivando, e passando a ver a profissão que têm não como um trabalho, mas como um emprego, que é preciso manter para se conseguir a subsistência necessária para viver o dia-a-dia.
Não deveria ser assim, mas quase sempre a maturidade e a experiência de vida encaminham-nos nessa direcção.
Bjs.

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