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Afinal não há 3, sem 4

 Já comentei por aqui que lesionei as córneas, por mais do que uma vez. É algo grave, extremamente doloroso, e por vezes é um desafio para que a sua recuperação seja total e sem mazelas.

Recuperei sempre, mas também sempre me foi dito que são lesões graves, a córnea é um órgão sensível e de grande importância para a visão e tentei seguir alguns desses cuidados, nomeadamente manter os olhos hidratados com medicação específica. Para sempre. 

O facto de usar lentes de contacto diariamente não é algo que aporte muito valor, continuar a fazê-lo e até nisso cedi, passando a optar pelos óculos muito mais vezes nos últimos meses, do que numa década, à vontade. 

Mas nada tem sido suficiente e no espaço de uma semana, em que fui a uma consulta de oftalmologia por estar com dificuldades em ver “ao perto” e a nível das córneas estar tudo bem e na semana seguinte ter ido a uma consulta de contactologia para a adaptação às lentes de contacto progressivas…saí de lá com mais um diagnóstico de úlcera nas córneas, em ambas, o que até aqui não tinha acontecido em simultâneo. No azar, tive sorte pelo facto das lesões me terem sido detectadas antes dos efeitos que estas úlceras provocam e que são, de uma intensidade extrema de dor. 

Por esse facto optaram por me medicar com colírios e pomadas à base de ácido hialuronico e vitamina A, o que em 15 dias, e após nova avaliação que eu esperava positiva, resultou em nada. Lá fui a outra consulta de oftalmologia de urgência e agora seguem-se mais 15 dias com o mesmo tratamento e inclusão de hidrocortisona. 

Sim, as córneas estão uma desgraça e, se até aqui não dava a extrema importância a isso, começo a pensar que me estou a arriscar a uma cirurgia de transplantação, algo que nunca supus. 

Acresce o facto de também padecer de uma hipersensibilidade à luz muito fora do comum e até isso, é motivo de agressão para estas córneas susceptíveis com que nasci. 

Esta semana fiquei desanimada com isto, fiquei mesmo. Mas resta-me esperar pelos resultados de mais este tratamento. Quanto à repentina falta de visão “ao perto”, vá chamemos ao astigmatismo o seu nome, coitado, é mesmo fruto dos 46, porque a idade traz destas coisas. 

Se voltarei às lentes de contacto…só as minhas córneas o poderão definir. Vá, colaborem lá meninas. Ainda não me apetece estar de óculos todos os dias e não tenho com quem partilhar os meus óculos de sol todos tão giros e incompatíveis com lentes graduadas. 

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