É das coisas que me causa alguma urticária aguda.
Ora vejamos, sou uma cidadã atenta ao que se passa à minha volta e não suporto injustiças. Tendo fazer a diferença dentro das minhas possibilidades e convicções, por isso, sigo algumas ONG's e o seu trabalho e não fosse o facto de ter uma criança pequena, uma das minhas ambições era enfiar-me um dia num campo de refugiados ou numa missão...para ajudar. Não penso nos perigos contra a minha integridade física que daí poderiam advir, penso apenas que quem não tem protecção alguma a vários níveis, necessita de todo o nosso apoio e até de um abraço.
Se nós que vivemos num meio minimamente civilizado e com acesso a tudo e mais alguma coisa, precisamos de colo, quanto mais não precisará quem nada tem?
Ora bem, ontem já a noite ia longa, assinei uma petição da Amnistia Internacional relativa a uma causa que me é sensível - Fome no Sul de Angola. Como me comentava um amigo, "poderia até ser cómico, se não fosse tão trágico", sendo Angola um dos países que mais riqueza produz no Mundo. Há crianças a sucumbir à fome e isto é dilacerante.
Bom, hoje, menos de 24 horas depois, ligam-me da Amnistia a agradecer o meu gesto, mas também a pedir dinheiro para causas futuras. E aqui é que eu acho que reside o busílis. Não sou nenhum amigo do José Sócrates que distribui dinheiro a rodo, mas podemos sempre dar alguma coisa - o que custa é que nem deixam uma pessoa respirar, reflectir, nem sabem sequer para que causa pedem, mas pedem e pressionam. Mesmo depois de eu dizer que agora não tenho essa disponibilidade, para além de que gosto de saber para que causa vai a minha contribuição, insistem que pode ser uma entrega pontual.
As ONG's debatem-se sem dúvida com grandes problemas de tesouraria mas...esta forma ávida de nem dar tempo de uma pessoa respirar, a lembrar um abutre à espera que a sua presa dê o último suspiro, também não cativa potenciais contribuições.
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