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Em conversa com a minha irmã lá voltámos às memórias trágicas recentes. Faz hoje 2 meses que perdemos o nosso pai. Cada uma com a sua ligação distinta face a ele, mas com muito boas memórias. Foi um piscar de olhos e está tudo muito fresco. Tão fresco que por vezes ainda surge aquele acto de pegar no telemóvel para lhe ligar...e depois os pés prendem-nos ao chão e fazem-nos voltar à realidade que o voltaremos a ver em breve, talvez numa outra dimensão.

Eu gostava dele, muito e ambos sabíamos disso, mas agora começo a perceber a dimensão desse gostar e é muito maior do que pensei. Vou sentir a falta dele para sempre.

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 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en...