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Esta "coisa" do crescimento que não pense que me vai tirar a minha bebé

 Completamente interligado com o meu post anterior está o facto de que não respeito datas para oferendas e se achar oportuno, fizer sentido ou pura e simplesmente me apetecer, fora de datas pré-definidas gosto de dar presentes (e também gosto de receber pois claro). E assim ocorre muitas vezes com a minha filha. Desta vez, já após a semana negra do Natal tive de ir à perfumaria comprar o meu creme nocturno e vi a miúda a deambular pelos corredores e a cheirar cartões.  Para bom entendedor, esta visão bastou. Então diz lá que perfume é esse que tanto cobiças - mas a minha cabeça, descendo à idade dela ficou nos Don Algodon, Kookaii, Estivalia que usávamos na época. Pois que me "apresenta" o Fame do Paco Rabanne. Mas isso é um perfume de senhora crescida pensei eu, mas nisto, os meus olhos focam a figura esbelta, o sorriso radiante, a pose e penso...pois, já tenho aqui uma menina a crescer é isso, que já não se fica com as colónias da Uriage e da Tous linha de bebé. Bom, lá peç...
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Dia de Reis

 Este dia foi sempre muito falado lá em casa quando era apenas uma menina. Sempre ouvi a minha avó dizer que na sua infância era apenas neste dia que recebiam algum presente (poucos acredito data a dureza da época e, apesar da minha bisavó naqueles idos anos 30 do século passado ser enfermeira, o ter enviuvado ainda na casa dos 30 anos e com 5 filhos muito pequenos não lhe tornou a vida próspera). E então, quando eu era pequenina, no dia de Reis sempre houve a tradição de se abrir um bolo rei lá em casa - a minha avó ainda auspiciava deixar a mesa posta do Natal aos Reis para que os "ausentes" também pudessem usufruir das nossas iguarias mas a minha mãe já não ia nessa conversa. Também deixava um copinho com leite e umas bolachinhas para o Pai Natal comer e levar ao Menino Jesus e também sempre ouvi falar na Tia Reis (irmã da minha avó que, por ter nascido no dia de Reis, não mais se livrou da epifania ao ostentar o tão pomposo nome de Maria dos Reis). E guardo tudo na minha ...

Mais um sucesso do coração que bate fora do meu corpo

 A minha filha tem tudo para brilhar. Ela brilha, mas ainda a considero um diamante em bruto. Tento lapidar daqui, a vida em si lapida dali e ela, como que querendo ficar com as suas aparas, resiste, resiste bastante. Não está a ser fácil esta fase que, dizem, dura até aos 20/21 anos - ainda vamos nos 14 e tenho momentos em que já não aguento. Mas eu também faço um esforço, respiro fundo quando possível e até fujo para o ginásio, para o passeio com o Balzac ou até mesmo para o vale dos lençóis e edredons, para me esconder e adiar conversas difíceis. Inverteram-se os papéis, ou tenta ela, digo eu - porque me pressiona, insiste, tenta vencer-me pelo cansaço, tenta que eu diga um sim, após dizer um peremptório NÃO. Não aceita o tal NÃO na verdade. Por vezes vejo-me forçada a dar a conversa por terminada porque este ser humano que saiu de dentro de mim, é de facto desafiante. Mas, consegue ser tão deliciosa e amorosa e adorável - pouco, mas consegue. E faz-me sentir um orgulho imenso n...

O aniversário da Avó

 Não que me tenha esquecido, muito longe disso - mas ontem foi um dia mais introspectivo, algo triste e não lhe prestei a devida homenagem pública, embora não me tivesse saído do pensamento. Teria cumprido 93 anos ontem a minha saudosa avó Isabel. Sem a sua existência eu não existiria e acima de tudo sem os seus ensinamentos eu não teria certas qualidades que sei ter, mas ainda continuo a anos luz da sua grandeza que é inalcançável. Será sempre uma referência para mim, e sinto a sua presença ao de leve, ao meu lado, como se de um sopro se tratasse, diariamente. Por vezes sinto um ligeiro "vai em frente", por vezes sinto que apenas observa e espera que eu faça o meu melhor, com carácter, honra e respeito; por mim e pelo próximo. Por vezes sinto que se orgulha, esteja onde estiver, outras vezes sinto como que o seu silêncio e uma certa reprovação, não que ao mesmo tempo não lhe sinta também a leveza da mão por cima do meu ombro. A saudade, essa, é imensa e crescente. Sempre no ...

“Mãe, preciso que faças um bolo simples para levar para a escola”

 E a mãe fez. 

E foram 47...

 Cada vez mais uma relíquia, e constatar que tudo isto passa mesmo muito rápido. Sobretudo os momentos felizes. Quando nasci, a minha avó tinha 46 anos, perfazendo os 47, 5 dias depois. Portanto, esta entidade já poderia ser avó. E é isto. Não há cá voltas ao Sol, nem Primaveras...são anos e anos de vida, por vezes mais fáceis do que outros, mas sempre a procurar aprender qualquer coisa, superar-me, ser melhor pessoa a cada dia e sobretudo sem paciência para me chatear. É este o resumo com a concretização do melhor de tudo: ser mãe (de uma adolescente que me destrói a paciência, mas de quem gosto daqui até à galáxia vizinha). Não sei se cá estarei daqui por um ano...mas os 47 estão assim e vão-se recomendando.