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Sim, penso demasiado, sofro pelos outros

E não ganho nada com isso,  mas é a minha massa e se assim não fosse, não seria eu. Isto passou-se há horas, mas mesmo assim não me sai da cabeça. Tinha acabado de deixar a miúda na escola, em passo acelerado dirijo-me para o carro e oiço um “ bom dia”. Não reconheci a voz embora se aproximasse de mim um vulto, olhei de relance e estava perante uma senhora de idade, dos seus 70 anos para cima, que provavelmente nunca terei visto na vida.
É tudo muito rápido, de manhã não sou a criatura mais afável do mundo, ainda devo ter pensado para com os meus botões algo do género “o que é que está quer”,  não obstante lhe ter contribuído a devida saudação.

Pergunta- me de seguida se por acaso no meu prédio não precisavam de uma pessoa para limpar as escadas. Este tipo de situação para o meu feitio, mortifica-me. Aquela senhora com aquela idade já merecia literalmente sopas e descanso e ter que se sujeitar a fazer limpezas....fiquei triste. Tão pouco sei o que o amanhã me reserva, se não serei eu própria a fazer algo semelhante, não estou livre disso, mas ver uma pessoa no Inverno da vida com esta humildade, fez-me estremecer. A vida para muitos é mesmo dura. Demasiado.

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 Também existe quem publicite "Depilação a Lazer"!  Confesso que quando olhei há uns dias para uma montra de um instituto, salão ou lá o que é de "beleza" fiquei parada por alguns momentos, não sabendo bem se deveria benzer-me, fazer serviço público e ir avisar as pessoas que aquilo estava mal escrito ou pura e simplesmente, seguir o meu caminho. Foi o que fiz, segui o meu caminho, porque na realidade não me foi perguntado nada, portanto não vale a pena entrar em contendas com desconhecidos à conta de ortografia. Mas...."depilação a lazer" é mesmo qualquer coisa! Para mim, não é mesmo lazer nenhum e posso confirmar que provoca até uma sensação algo desconfortável no momento, que compensa depois, mas daí a ser considerado lazer, vai uma distância extraordinária.

RIP - Seja lá isso o que for

 Sabemos lá nós se o descanso será eterno, ou mesmo se haverá esse tal descanso de que tanto se fala nestas situações. Sei que estou abananada. Muito. Penso na finitude e de uma maneira ou outra, já a senti de perto. A nossa evolução desde o nascimento até à morte é um fenómeno ambíguo e já dei comigo a pensar que sempre quis tanto ser mãe, que me custou tanto o parto da minha filha para lhe dar vida e que ela, tal como eu, um dia deixará de existir. Não me afecta a minha finitude, já desejei o meu fim precoce algumas vezes, mas não lido com pragmatismo com o desaparecimento de outras pessoas, nomeadamente das pessoas que me dizem ou até disseram algo. Hoje, deparo-me com uma notícia assim a seco e sem preparação prévia. Mas como é que um colega de quem recebi mensagens "ontem" pode ter morrido!? E vem-me sempre à cabeça aquele tipo de pensamento: "mas eu recebi ontem um email dele", espera, "eu tenho uma mensagem dele no Linkedin", "não, não pode, en