Todos os dias de manhã ligava para o edifício Rainha D. Amélia do Hospital Pulido Valente para saber como tinha sido a noite, como é que ela estava. Lembro-me que saí de lá num dia de visita um pouco perturbada, por me parecer que estava com dificuldades em respirar, não estava ventilada e tinha uns espasmos, não obstante me parecer serena.
Quando lá ia falava com ela, não de coisas que a pudessem sensibilizar naquele estado comatoso, mas de coisas mais banais - mesmo deitada naquela cama de hospital, completamente careca e com uma costura que lhe circundava o craneo, a minha madrinha continuava a ser ela própria, pequenina, maneirinha, com as suas unhas pintadas, e as suas camisas de noite mimosas. As enfermeiras, a princípio diziam que estava tudo controlado, mas a uns dias do fim, diziam- me para ficar tranquila, que ela estava “ bem”, à espera da hora dela. Juro que pensei que as coisas pudessem reverter, mas é o que queremos sempre, mas o dia dela estava próximo. Mas todos os dias mal chegava ao escritório ligava, a enfermeira atendia e falava comigo....sempre. Até ao dia de hoje, há 4 anos atrás.
O telefone tocava e ninguém me atendia. Já estava a ficar nervosa, mas sem querer pensar que a véspera tinha sido a despedida. Nada, o telefone tocava e nada. Até que o meu próprio telemóvel tocou. Foi melhor assim, saber por alguém de quem ambas gostávamos muito, do que ser algo impessoal dito por uma enfermeira. A Guida já tinha partido e doeu-me demasiado, como ainda dói. Devo-lhe muito e relembro-a com muita saudade. Foi cedo demais, com demasiado sofrimento, 2 filhos que ainda precisavam muito dela, tantos amigos, afilhados e eu...
Se me dessem a oportunidade de voltar a estar com alguém, seria com ela e com a minha avó. Fazem-me mesmo muita falta.
Não te esqueço madrinha, hoje por ser o dia que partiste, e todos os outros pela pessoa que foste e acho nunca te disse a importância que tiveste para mim. Saudade imensa.
Quando lá ia falava com ela, não de coisas que a pudessem sensibilizar naquele estado comatoso, mas de coisas mais banais - mesmo deitada naquela cama de hospital, completamente careca e com uma costura que lhe circundava o craneo, a minha madrinha continuava a ser ela própria, pequenina, maneirinha, com as suas unhas pintadas, e as suas camisas de noite mimosas. As enfermeiras, a princípio diziam que estava tudo controlado, mas a uns dias do fim, diziam- me para ficar tranquila, que ela estava “ bem”, à espera da hora dela. Juro que pensei que as coisas pudessem reverter, mas é o que queremos sempre, mas o dia dela estava próximo. Mas todos os dias mal chegava ao escritório ligava, a enfermeira atendia e falava comigo....sempre. Até ao dia de hoje, há 4 anos atrás.
O telefone tocava e ninguém me atendia. Já estava a ficar nervosa, mas sem querer pensar que a véspera tinha sido a despedida. Nada, o telefone tocava e nada. Até que o meu próprio telemóvel tocou. Foi melhor assim, saber por alguém de quem ambas gostávamos muito, do que ser algo impessoal dito por uma enfermeira. A Guida já tinha partido e doeu-me demasiado, como ainda dói. Devo-lhe muito e relembro-a com muita saudade. Foi cedo demais, com demasiado sofrimento, 2 filhos que ainda precisavam muito dela, tantos amigos, afilhados e eu...
Se me dessem a oportunidade de voltar a estar com alguém, seria com ela e com a minha avó. Fazem-me mesmo muita falta.
Não te esqueço madrinha, hoje por ser o dia que partiste, e todos os outros pela pessoa que foste e acho nunca te disse a importância que tiveste para mim. Saudade imensa.
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