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A minha mãe tem uma forma de ser peculiar, demasiado terra a terra digo eu, mas não me posso esquecer que falo de uma Senhora que nasceu em 1954, andou num colégio de freiras, etc etc etc. Obviamente que me revejo e agradeço a educação distinta que me deu; lá em casa não havia baldas e as eventuais faltas de educação (isto porque não me deixava pôr o pé em ramo verde) eram resolvidas na hora, não da forma mais ortodoxa, mas a verdade é que fui ensinada a basicamente...respeitar o outro, o ambiente que me rodeia e por aí. Logicamente que em termos de respeito o que aprendi desde o berço foi a questão hierárquica. Eu estava na base da pirâmide lá em casa, quando a minha irmã nasceu, subi meio degrau, ou não, porque quando a pulga desabrochou, mostrou a sua raça, e eu, bom, eu continuei a ser a parva de sempre :)

Portanto para a minha mãe a antiguidade também é um posto - discordamos aqui, porque entendo que uma pessoa mais velha, não deve por si só desrespeitar os outros, utilizando como argumento a sua longevidade, mas tudo bem, percebo que a partir de uma certa idade, já não se consiga corrigir o que não se fez em toda uma vida e o pessoal tem que relevar.

Mas ontem à noite não pude deixar de me rir com os comentários após o jogo do Sporting. A minha mãe percebe tanto de futebol, como eu, ou seja...muito pouco ou nada. Mas vocifera como se fosse expert. Pois que ontem o alvo da ira era o Frederico Varandas, a quem trata "carinhosamente" por "O Rapazola". Tenho impressão que deve ser um pouco depreciativo, coisa pouca mesmo, já que eu e a minha irmã estamos no patamar "das miúdas", o que me parece bem mais simpático.

A única pessoa em quem de facto não se pode tocar é na Duquesa Magenta - essa tem status, até para a avó. Será sempre "A Minha Neta!" - cada um é tratado como bem merece.

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