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A mostrar mensagens de 2023
 

Literacia financeira

 Oiço aqui e vejo ali reacções que me preocupam de cidadãos face às recentes medidas do governo para reduzir o impacto da subida das taxas de juro nas famílias portuguesas. Já aquando da Pandemia em que foram implementadas as tão afamadas moratórias foi a mesma coisa; conheço tantas pessoas que aderiram à medida, sem terem necessidade real disso. As pessoas olvidam-se de que nada é de graça e a longo prazo, aderindo às moratórias, o mais certo é terem um impacto ainda maior no pagamento dos juros totais da dívida. Para as famílias que quase não têm o que comer, é evidente que nem devia ser necessário dirigirem-se às instituições de crédito para solicitar este adiamento, que no fundo, é do que se trata; agora para agregados familiares que em vez de irem refeiçoar mais vezes à Comporta, podem optar por ficar em casa, podem continuar a usar os sapatos de FW22 e abdicar de umas férias ou de pagar mais ou menos jantares aos parceiros que encontram nos Tinders, acho que tal opção nem se deve

O Claude Lévi-Strauss que há em mim

 Ontem conheci uma pessoa, aliás, vi pela primeira vez uma pessoa, porque na realidade apenas travei conhecimento com ela hoje. Ele, aliás.  E foi assim uma sensação absolutamente nova para mim. Ver uma pessoa que parece pertencer a outro habitat, num contexto completamente díspar ao que, em teoria, por senso comum, achamos que pertence.  Foi inesperado e não estava de sobreaviso, mas mantive a discrição que me é característica. Não que a minha parte imperfeitamente humana não tivesse achado aquele ser humano intrigante. Mas que direito tenho eu em pensar que ele está fora do contexto? Poderei ser eu, na verdade. Mais vale partir para o conceito de habitus  e suas reminiscências, que apenas sociólogos e filósofos entenderão com maior propriedade.  Em suma, ainda que não lhe conheça as origens (ainda), porque estou mesmo muito interessada em saber mais de uma cultura que conheço só pela teoria, estou perante um índio da América do Sul ou Central, com indumentária regular, mas mantendo t

Incompetentes

 Se há coisa que me aborrece é a incompetência. Ok, todos cometemos erros, mas erros inadvertidos são uma coisa, incompetência e falta de humildade e empatia, são outra. Facto: tenho andado a fazer uma bateria de exames, alguns dos quais assim de uma forma inesperada, mas a vida de quando em vez traz-nos desafios, acredito que para nos fazer parar.  Na semana passada, esperava já dizer até breve a um dos médicos, talvez um "até daqui a 6 meses" mas ele pregou-me a partida, aliás, o meu corpo pregou-nos a partida e ele achou necessário fazer mais alguns despistes. Ora andei com mais uma máquina a monitorizar-me e o resultado teria que sair hoje até às 11:00h, dado que à tarde tenho nova bateria de exames e consequente consulta. Confirmaram inclusive ao médico que os exames estariam prontos hoje. Só que não, e perante a minha indagação, ainda disseram que tinha que esperar até estar pronto. Portanto, tive que alterar a minha vida profissional, reduzir uma série de reuniões e im

Shadows

Aquando da minha adolescência, por altura dos primeiros batimentos mais fortes do coração por alguém, dizia-se que tínhamos começado a olhar para a sombra. Agora, as designações já são tantas, que seja para a sombra, reflexos, ou várias coisas, os batimentos e aquela sensação estranha no estomago surge mais ou menos pela mesma idade para todos.  A minha primeira grande paixão platónica, porque nunca passou disso mesmo, foi por volta dos 12/13 anos. E que paixão aquela. Já se adivinhava em miúda que eu seria uma mulher de emoções e sentimentos fortes. Não é caso para reprimir, mas deveria ter moldado a coisa de forma a que na idade adulta, fosse sacana, coisa que não consegui ser até agora e antecipar-me às sacanices alheias para...simplesmente não sofrer. Não cheguei até esse nível de desenvolvimento e estampei-me todas as vezes, embora para falar a verdade, não tenha estado apaixonada de verdade assim tanto quando pensei e tenha amado mesmo um par de pessoas na vida. Porque quando vêm

É uma questão de fazer bolos

 Quando se avizinha uma semana dura a muitos níveis e de regresso a todas as rotinas da mais pequena, é transformar a véspera num dia festivo e dar asas à pasteleira que vive em mim. 
 Dou comigo a pensar que este preciso momento é uma despedida. É sempre uma despedida.  Se será a derradeira ou apenas mais uma entre tantas…logo se saberá. 

Livros escolares partilhados versus brio e civismo

 Começo por referir que mesmo quando os livros escolares não eram alvo de reutilização, fiz sempre questão que a minha filha os tivesse forrados e que os estimasse. Assim fui educada e considero que é básico. Os livros escolares são ferramentas de estudo, acompanham os estudantes diariamente durante um ano lectivo, são alvo de uma utilização por vezes pouco cuidada, e há que os manter utilizáveis e com bom aspecto. Ora, com a regulamentação que implica e muito bem que os livros sejam reutilizados, aumentando-lhes o tempo de vida útil, mais estimados e cuidados devem ser. E o mais básico é forrá-los e em segundo lugar instar as crianças e jovens a utilizar um livro com respeito, mantendo o mesmo limpo, sem folhas dobradas e rasgadas, sem riscos e porcarias. Esse respeito é devido não só ao próprio livro, como a quem o vai "herdar". Pois que continua a ser uma surpresa para mim quando vou levantar os livros atribuídos à minha filha, que os mesmos não venham forrados, venham com

Ah e tal, planos para o fim‑de‑semana

 Menos meio litro de sangue

Burgessos e pessoas que não sabem estar

 Tenho observado atentamente toda a problemática em torno do beijo consentido ou não do presidente da real federação de futebol de Espanha à jogadora da selecção. Honestamente toda a celeuma já aborrece e chega a ser indecente o aproveitamento em todas as suas perspectivas. Falo enquanto mulher, enquanto mãe de outra mulher, enquanto irmã, cidadã, enquanto vítima de assédio e não só…e claro, enquanto cientista social. Vejamos: o indivíduo em si não tem a mínima noção do lugar que ocupa em sociedade e que a liberdade dele termina quando atinge a fronteira do outro. Depois não sabe igualmente que um beijo é algo íntimo; não me venham com terminologias que agora andam aí na berra, brejeiras como tudo. Um beijo nos lábios é o primeiro reduto de intimidade que se pode ter ou experienciar com alguém. O mesmo, pode ser desejado, ou não. Pode ser, ou não, bem recebido. Pode ser bom, ou não. Em suma, o indivíduo em questão é um burgesso, do mais sabujo que há, analisando todo o seu comportament

O corpo humano é de facto uma obra de arte

 Como é que é possível que a junção de 2 células, sensivelmente 40 semanas de maturação e depois, toda uma vida mais ou menos longa, dê origem a um corpo com detalhes tão perfeitos.  Vá, podia ter um pé mais pequeno, mas o detalhe, sobretudo das falanges, as articulações é extraordinário. Sempre que faço exames que me permitam observar o interior do meu corpo, fico fascinada com os detalhes.  Tenho um esqueleto simpático sim senhor. O pé!

Personalidade narcisista

 É típico de personalidades destas, transferir para o outro os seus próprios defeitos. São seres humanos auto-centrados que vivem em permanente conflito interior, permanentemente insatisfeitos que usam os outros. Apenas isso, usam os outros e quando nada mais há a sugar, descartam-se sem explicações mas,  o seu interior, os outros ainda são os culpados e imputam culpas aos outros, culpas elas que são deles próprios. De ninguém mais. As vítimas de personalidades destas se lhes sobreviverem, durante muito tempo questionam-se até conseguirem perceber que caíram na armadilha de uma personalidade destas que é das mais perigosas que existem. Sei do que falo. …mas neste caso refiro-me mesmo ao filho da Sra. Putina (não, não é uma analogia nem uma forma possível de escrever um grande palavrão sem o escrever; nos idiomas que advêm do eslavo ao apelido de família das mulheres é adicionada a letra “a” ao final, por ser a sua forma feminina). Portanto esse grande filho dessa senhora tem a presença

Era solidária com a mãe

 E do nada, surpreende-me com a sua graça.  Quando era pequenina não se podia dizer perto dela que não se apreciava isto ou aquilo, pois ela, por solidariedade dizia também não gostar e era um problema. Se fosse eu então, não falhava. Era o seu exemplo e nem sempre, o melhor. Sendo assim tive que contornar situações, nomeadamente a minha intolerância às sardinhas. E ela que desde bebé, adora sardinhas.  À medida que ia crescendo e atenta como é, percebia que eu não tocava nas ditas. E lá dizia “mamã, puque tu não comes saldinhas? É bom mamã, come!” E eu lá dizia que estava a comer carapaus mas que já ia às sardinhas, mas na realidade não só não ia, como não fui, nem vou.  Há uns dias, a despropósito disse-me assim: “Sabes mãe, eu sei que tu não suportas sardinhas, escusas de disfarçar. Mas eu gosto na mesma, tá!?” Em suma, fui mais do que apanhada e nem sequer foi na curva.  E como lidar com o facto dela ter desvendado o meu segredo!?

Ora caem de prédios

 Ora caem do ar…a ser verdade o que está a ser noticiado como “de última hora”, o avião em que o Prigozhin se fazia transportar…caiu. A ser verdade, não é nada que eu não tenha vaticinado há umas semanas atrás num post deste meu cantinho invisível, após aquela tentativa hercúlea de “golpe de estado”.  Quem se mete com um filho da Putin não sai inteiro. Se ainda não foi desta, não lhe antevejo muito mais tempo neste planeta. Tudo o que tem vivido já é a crédito.  E agora sim, é caso para dizer: “morreram todos”! Ou será que não!?🤔

Resta-nos a empatia das máquinas

 O meu carro preocupa-se verdadeiramente com o meu bem-estar, e não desilude. Aliás, a prioridade dele é o meu bem estar. As máquinas já estão acima dos humanos. O meu carro…É!
  Dom José Tolentino Mendonça 

A saga anual dos compêndios

 Metade já cá está, não vá a miúda esquecer-se que também tem profissão!

Hereges…ou acólitos arrependidos…

 Realmente não há que dar importância a quem não a tem nem a merece. Mas não deixa de ser digno de registo para memória futura a última do Sr. de Ventura.  Não participou na recepção ao Papa Francisco, mas agora diz-se arrependido e redige uma carta a Sua Santidade. Está tudo certo…ou talvez não. Porque se fosse uma pessoa escorreita não precisava divulgar tal manuscrito. Esta publicidade não é mais do que o populismo a que nos vem a habituar. Não participa na recepção. Pumba é notícia por A + B e por toda a sua “zanga” com os escândalos da Igreja.  Mas sendo o seu sentido de oportunidade discutível e grau de inteligência emocional abaixo do nível do mar, agora tenta gozar do seu estatuto de arrependido e faz uso público do mesmo.  A sorte dele é que o Papa, como qualquer sacerdote que chegue a este douto e sagrado estatuto já é apelidado de Sua Santidade antes de lhe ser reconhecido qualquer milagre, portanto, tem uma Santa Paciência e vai perdoá-lo e facultar-lhe a devida benção.  Ha

In Transit

 Se há expressão para definir o Verão da minha filha, será esta: “em trânsito”. E neste trânsito eu vejo-a quando a vou deixar de malas e bagagens e uma grande despedida, depois o regresso com as mesmas malas e mais bagagens e coisas estranhas, como a última em que todos os têxteis daquela mala vinham húmidos e com um cheiro estranho. É que nem escolhi cores e texturas, porque não tive outra hipótese senão colocar tudo a lavar, não fosse sair de lá algum zombie.  Mas 24 horas depois nova mala feita para nova aventura. Toda uma aprendizagem para esta mãe que nunca tinha dado tantos metros à corda guia. Uma aprendizagem para esta mãe que, com a idade dela gostaria de ter vivido aventuras destas, e não se proporcionaram. E ela, após dias a viver em comunidade com desconhecidos, sai de lá como se de uma vida se tivesse tratado, com lágrimas e abraços demorados. A mãe à espera cheia de saudades mas…aquelas amizades são fortes “para caraças”. Viveram aventuras mil, partilharam experiências,

Eles não temem o pano

 Se há situação que me causa estranheza e ao mesmo tempo à qual acho imensa piada, é ver nas cordas de roupa de lares portugueses um pequeno paninho ou toalhinha de bidé estrategicamente estendidos nem ao centro, nem nos extremos, estores para baixo, e o belo do artigo têxtil sozinho e triste exposto às intempéries do Verão, durante semanas a fio.  Será que quem o faz pensa mesmo que aquelas visitas sem convite que por vezes entram pelos lares adentro e levam alguns objectos de recordação, se intimidam com trapos velhos e tesos que ali passam semanas estendidos!? Lamento destronar a ideia típica, mas Eles não temem. Eles sabem-no melhor que alguém e o belo do trapo velho não é mais do que um convite: venham cá e estejam à vontade. Sejam nossos convidados na nossa ausência. Eles têm a Cátedra meus senhores e não obstante, continuam a estudar, e muito. Estão tão evoluídos que, mesmo sem o tal convite e muitas vezes com os residentes em casa, eles entram, e levam recordações. Por vezes, o

O dilema das férias (grandes) escolares

 Já tivemos o nosso quinhão há uma vida atrás, mas por altura da nossa infância era tudo muito mais fácil. Havia os avós, os vizinhos e sobretudo a rua. Não que me tenham dado muitos hábitos arruaceiros, mas também uma dose razoável. Nisso a minha avó até era mais condescendente do que a minha mãe e permitia-me um tempo de lazer com as restantes crianças da rua.  Não me lembro de férias maravilhosas em criança e então a partir do momento em que a minha avó adoeceu tudo piorou, mas tínhamos sempre alguém em casa, entretanto nasceu a minha irmã, e lá se passavam os 3 longos meses de Verão. Com a minha filha não tenho suporte familiar, portanto quando a escola e o ATL fecham, é o drama. Para ela, por uns motivos e para mim, por outros. Este ano também percebi que mesmo no mês de Julho em que o ATL até planeia umas actividades extra, raramente a satisfazem. O facto é que eu, ao mesmo tempo que trabalho não posso estar a proporcionar-lhe tempo e actividades de qualidade. Portanto já foi uns

O Mural

 Ela está tão feliz por ter participado e pelo facto de irem ser entregues “ao” Papa Francisco fotografias dos ilustres pintores que participaram nesta obra de 3,5kms da qual ela também faz parte,  que aqui imortalizo uma notícia sobre o feito para que um dia mais tarde, quando a memória dela estiver atolada de tantas peripécias, relembre esta experiência. 
 Após o tal "sinal" que recebi ontem após recepção de um email de um senhor chamado Christos, prometi que não me voltaria a pronunciar sobre o tema, portanto ficam aqui apenas 2 pensamentos: Só hoje é que ouvi nas notícias de manhã que na semana passada houve um Golpe de Estado no Níger. Talvez me tenha escapado a notícia, mas eu interesso-me verdadeiramente por temas relacionados com política internacional e talvez eu ande muito distraída e esteja a ser dada a esta notícia a devida projecção Uma amiga minha ontem foi levantar dinheiro a uma Caixa Multibanco; caixa essa que se encontra no interior de uma superfície comercial. Levantou 40€. Está tão envolvida nas celebrações desta semana que distraidamente pegou no talão e deixou lá o dinheiro. Quando voltou, o dinheiro não estava lá. Há duas opções: passados uns bons segundos a máquina recolhe o dinheiro e o mesmo volta a figurar na conta do cliente ou, se antes da máquina reagir, alguém retirar o dinheiro...ele voa. A superf
 Nesta semana específica em que tudo é Santo, acabo de receber um email de um senhor chamado "Christos". É de facto um sinal. Não me volto a pronunciar. Se de um sinal eu precisava, este senhor deu-mo.

Uma coisa é certa

 Percorrer hoje o IC19 foi uma maravilha; fazia lembrar os nada saudosos tempos de pandemia mas por uma causa mais ortodoxa e gerada com as melhores das intenções pelo Papa João Paulo II - o pior é mesmo a sociedade em que vivemos e os valores morais cada vez mais enviesados com que nos deparamos. E isso, nenhum sacerdote, nem tão pouco nenhum Santo o vai conseguir colmatar. Estou mais do lado das teorias de Darwin. Extinguir uma série de males e mesmo assim não sei se a espécie humana terá conserto porque continua a involuir. É triste, mas o ser humano raramente aprende alguma coisa.

E quando as Barbies que habitavam cá em casa já se foram todas

 E na verdade nem foi a boneca que mais por cá parou…que me lembre nunca lhe comprei uma sequer e as que tinha foram-lhe oferecidas. Já não posso ouvir falar da maldita boneca. Desconheço se o filme é bom ou não, na verdade nem quero saber. Qualquer coisa relacionada com essa boneca, irrita-me sobremaneira. Mas de facto já não posso ouvir ou ler ou sentir que algo se passa em torno da, ou tendo como inspiração essa boneca. 

Portugal, aquele tal Estado laico que nos enfia pelos olhos e pela alma dentro os desígnios da suposta fé Católica

 Eu aprecio o Papa Francisco e respeito quem tem fé, quem acredita. Deus pode ser adorado de várias formas, mas o fausto e a sumptuosidade da Igreja Católica não são de todo o que vem nas Escrituras. E defendo que cada vez mais deveriam eclodir os valores da humildade e do amor ao próximo e sobretudo canalizar a riqueza para onde ela é mais necessária. Sejam verbas da Igreja, dos fiéis ou do Estado, e nesse Estado também entro eu, acho vergonhoso o aparato que tem uma jornada destas. A sua essência é um bluff.  Sejam jovens, adultos, ou idosos, a clara maioria dos envolvidos nesta epopeia não vale nada, não faz nada para que a sociedade em que vivemos seja melhor. Porque pouco faz no seu “quintal”, para com as pessoas com que se cruza, para com o vizinho do rés do chão, para com a/o namorada/o que dizia amar como jamais amou alguém e no dia seguinte, o melhor que tem para dar é…ghosting; para com os avós, os tios, os pais…ou um desconhecido que precisa desmesuradamente de ajuda. As cri

A minha filha é tão esta imagem

 

Avó

 Eu tenho saudades da minha avó todos os dias. Não é exagero, porque na verdade não há dia que passe que não me lembre dela. E respeito-a muito e sinto-me feliz pelos 20 anos que a tive e triste porque ainda a poderia ter por cá e não a vejo há 25 anos. Tenho tantas, mas tantas saudades. E neste dia em que tanta gente celebra os seus avós, eu celebro a minha no meu silêncio.

Era um manjericão fraquito do supermercado

 Que comprei no supermercado e no vasinho em que vergonhosamente ainda se encontra.  Era preciso para apaladar uma receita e era muito fraquito, mas serviu o seu propósito. Depois coitado, foi decaindo até ao dia em que olhei para ele e pensei que não merecia a minha desatenção, muito pelo contrário. E dediquei-lhe escassos minutos dos meus dias, porque é uma planta, é cheiroso, saboroso…tem vida e por isso merece que faça de tudo para o impedir de falecer.  Retirei folhas secas e mortas, comecei a regar sem esquecimentos, proporcionar-lhe apenas luz nuns dias, sol directo por alguns minutos noutros, poda e ele…transformou-se nesta maravilha que necessita rapidamente de um vaso novo e sobretudo de terra!  Até aqui foi a surpresa com o meu terrário, agora o meu manjericão! Afinal com dedicação e carinho, as plantas e eu funcionamos. Que feliz que estou. 

Então e sonhar com a morte de pessoas das quais não se fala há anos

 E que tão pouco conhecemos, não fazem parte sequer do nosso núcleo de ídolos, pelo contrário!? Não é agradável, de todo. A morte acarreta por si só um peso trágico.  Sonhei que desta vez partiu o Schumacher. A minha cabeça de facto anda a tender para pensamentos típicos de Bocage.  “Ó retrato da Morte, ó noite amiga, por cuja escuridão suspiro há tanto. Calada testemunha de meu pranto, de meus desgostos secretária antiga!” Sim, sei Bocage de cor. Sou como ele, que vou buscar nas sombras da noite, ora consolo ora ainda mais trevas. E é na noite que me vêm também à cabeça profecias de morte, pensamentos de morte, nem sempre alheia, muitas vezes minha. 

…what a week!

 Podia ter sido memorável, mas não. Foi estúpida mesmo. Aquele género de estupidez inesperada, ou não fosse a estupidez sempre inesperada. Ao início da semana e como efeito de uma conversa banal fiquei a saber que uma pessoa que vejo quase todos os dias tem um cancro num rim; vá…tinha. Foi-lhe retirado o rim e juntamente com ele o maldito tumor. Mas existem aquelas pessoas que falam abertamente das coisas levantam a camisola e mostram-nos uma cicatriz de ponta a ponta, mesmo eu não sendo impressionável, estando associado o tema cancro, passa a tocar-me em pontos sensíveis. Foi um balde de água fria. O de água gelada veio anteontem quando estava tranquilamente ou nem tanto a trabalhar e se acerca a senhora que trata da manutenção do escritório desde sempre com ar de caso. Quando me aproximo dela desaba a chorar porque lhe tinham ligado do hospital a dizer que estava com cancro na mama. Ninguém está preparado para receber uma notícia destas e eu também não estava a contar com aquele emba

Sentir gratidão e demonstrá-lo é algo maravilhoso

 Acabei de ter algo que me enterneceu. A empresa onde trabalho tem como cliente a Novadelta e ao ler um email deles, na assinatura do remetente consta o seguinte: "Obrigado, Sr. Rui" - em destaque. Tão bonito. É de virem as lágrimas aos olhos, não só por me lembrar efectivamente do Sr. Rui Nabeiro e da pessoa boa e escorreita que foi, como também da homenagem que o império que fundou lhe presta diariamente. Qualquer cidadão português e não só lhe deve estar grato pelo ser humano exemplar que foi. E agora digo eu também: Obrigada, Sr. Rui Nabeiro!

Indiana Jones. O regresso da grande aventura

Indiana Jones. O regresso da grande aventura Muitas críticas dos entendidos, mas para mim, que sou espectadora destes filmes desde sempre e já vi cada um deles dezenas e dezenas de vezes, gostei. Um Harrison Ford velhinho mas com o mesmo carisma dos primeiros e o fecho da saga de uma forma bonita, dado o tipo de filme que é. Houve a preocupação de não deixar um vazio, uma tentativa de encadeamento com o resto da saga de modo a fazer sentido e a evolução normal da estória de qualquer ser humano, desde a juventude até aos seus anos finais, com sucessos e tristezas e catarses. O meu preferido continua a ser o primeiro de todos, mas esta aventura não defraudou a minha expectativa, prendeu-me e continuo fascinada pelo Professor Jones. Tenha 80 anos, 90 ou 100, continua uma charme.

O colo da mamã

 A minha filha foi sempre pesada; foi uma bebé que nasceu com 4190kg e só me lembro que tenha perdido peso numa pesagem. Daí para a frente foi sempre igual a si própria. Uma grande bebé no percentil 90 ou 95. E confesso que me custava. Nunca tive aquela sensação de ter um bebé nos braços que parece que se vai "partir".  Ela era algo sabichona e gostava de colo e da maminha da mãe e até eu perceber e aceitar que tinha que a contrariar, senão ainda hoje carregaria com ela às costas e teria que dormir com ela, tive que levar alguns abanões da pediatra, do obstetra, de algumas amigas e da minha mãe. Portanto as primeiras semanas foram caóticas e o peso dela dava-me cabo dos braços e da coluna. Ainda para mais a morarmos num 3º andar, sem elevador, o peso dela + ovo + acessórios causaram-me bastante desconforto. Mas não há mal que sempre dure. E quando comecei a contrariá-la, ela rapidamente percebeu que havia limites para o colo e maminha da mãe e então quando aprendeu a andar po

Limpar maquilhada é qualquer coisa

 É o que acontece quando se sai e não se deixou tudo feito, portanto Cinderella deita mãos à obra. E se no início as olheiras ainda estavam disfarçadas, no fim, já nada está no lugar. É claro que o verdadeiro herói é o Rowenta Clean&Steam.  Já eu, se o Freddie Mercury me pudesse ver, sendo que abaixo do top restam umas cuecas, porque com este calor limpar com mais roupa é já de si outro acto heróico, contratava-me para ser a verdadeira matrafona para o vídeo-clip da música I Want to Break Free!

Em busca dos ténis perdidos - Parte I

 A minha filha chegou à idade crítica dos trapos e afins; quem não passou por essa idade que atire o primeiro calhau. No meu caso não me foram dadas grandes facilidades, mas também tinha os meus sonhos de consumo. Nada contra. Mas com a minha filha é não só todo um drama, como uma demanda sempre muito complicada. Não gosta de quase nada e não está aberta a alternativas.  Por outro lado existem pessoas que à minha revelia lhe perguntam o que ela quer; não é meu apanágio, porque quero que ela perceba que tem aquilo que lhe podemos dar e só depois vem a variável seguinte: ou seja, dá-se o que podemos dar tendo em conta os gostos dela. Quando não há consonância e ela não facilita, pois, não tem. É muito simples. Ainda por cima calhou-lhe uma mãe sem paciência para compras; aquela mãe que compra nas suas lojas fetiche, que têm a roupa com o número certo e nem é preciso experimentar, sem trocas e perdas de tempo. Ela não; é daquela estirpe que é capaz de passar um dia num centro comercial a
 Ontem regressei a um local onde já não entrava talvez há uns 15 anos. Tudo diferente mas o mesmo espaço físico.  Vieram lembranças e nostalgia e lembrei-me sobretudo de pessoas. E olhei para o sítio em que ficava um amigo que deixou de estar entre nós há um ano atrás. Lembro-me muito dele na verdade.  Hoje, estava a tomar um café com um amigo em comum e disse-lhe isso mesmo. Que ao entrar naquele espaço me lembrei muito do João. Disse-me o nosso amigo em comum: “Tu és mesmo assim. As pessoas sobretudo nestes eventos não costumam ser recordadas.”  Que mania a minha de sentir verdadeiramente saudade, de gostar mesmo de algumas pessoas e não as esquecer quando elas partem, seja essa partida uma morte física ou não. 

Trabalhar a empatia desde cedo

 Somos acima de tudo, fruto da educação que tivemos, de uma forma mais abrangente, do sucesso ou não dos processos de socialização e também, do nosso livre-arbítrio. Quem não tem capacidade para corrigir certos erros, nem que seja aos 50/60 anos...não aprendeu grande coisa nesta jornada que é a vida. Contudo, enquanto ser humano e mãe, a este nível tenho duas tarefas; a minha própria e a de dar ferramentas à minha filha para que de facto seja uma pessoa empática por exemplo. E nada como exemplos práticos: fobias. As fobias são uma sensação inexplicável e aos olhos de quem não as tem, ou não tem as mesmas, podem ser, no mínimo, ridículas. Mas sejam o que sejam, eu respeito e tento sempre acalmar as pessoas. A minha filha necessita melhorar esse item. Aqui há uns tempos estávamos a "turistar" algures por este planeta, eu, como qualquer turista que se preze olho muito em volta, para cima e para os lados e pouco para o chão, portanto, só mesmo quando estava quase em cima de uma r
 Andei a fazer limpeza a gavetas imersas em papéis. Nisto há uma infinidade que vai fora, outros que ficam para a próxima e outros que são jóias. Não jóias da coroa. Jóias nossas mesmo. Vieram parar-me às mãos os CTG’s prévios ao nascimento da miúda. O papel é térmico, pelo que as linhas desapareceram, mas aparecem as setinhas de cada vez que ela se movia e eu carregava no botão.  Mexia-se muito pouco naquela altura dados os seus tamanho e peso e eu a desejar que ela nascesse rapidamente. As últimas semanas de gravidez foram mesmo complicadas para mim.  A ironia é que pegar naqueles indicadores me fez sentir uma saudade de a ter comigo, as minhas dúvidas quanto ao parto, como seria, como seria a minha bebé. E agora tem 13 anos e tudo isto foi um mero lapso de tempo.  …e em conversa há escassos dias com alguém, saiu-me um “estou quase com 50 anos”! 45 e 1/2 mais precisamente, mas, em contas redondas, o número redondo aproxima-se e contra todas as minhas expectativas ainda por cá estou.

Eu…e a demanda pelo piaçaba

 Ando há que tempos, diria que há mais de um ano atrás de um determinado piaçaba. Parece conversa de *****, mas não.  Quando o vi, achei-o O Piaçaba, mas quando olhei para o preço pensei que para limpar ***** era demasiado, mas a verdade é que tudo o que vi depois, não me causava inspiração. O que tenho agora é daqueles de inox, sem graça e nem sequer merece nova escova. Não gosto dele.  Ora não comprei O Piaçaba na altura certa, pensando que encontraria outro decente, mas tem sido uma aventura pior e mais exaustiva do que a demanda pelo Santo Graal. Diria que quase perigosa e por vezes cómica. Mas quem é que perde tempo à procura de um instrumento destes! Eu…como é evidente. E não é que o voltei a encontrar numa busca desenfreada pela web!? E com tão pouco se faz uma mulher sorrir. Não é um piaçaba. É O Piaçaba. E eu já sei que um grande, grande amor, só se vive uma vez na vida. 

Fecho de ciclos

 Não é necessariamente mau o fecho de ciclos. Por vezes é mau de facto, outras vezes embora pareça mau, não o é, outras vezes nem sequer é quantificável ou objectivo.  E fechou-se um ciclo com 3 anos de duração, fecho esse pelos melhores motivos, mas que não deixa de mexer connosco, os elementos da equação. Talvez seja uma felicidade melancólica e algo triste, ou uma tristeza feliz em que se conclui que as missões se cumpriram...e... Caramba, somos tão humanos e sensíveis que não conseguimos deixar de sentir já saudade de algo que acabou agora de se alterar para outra dimensão. O que me serve de conforto é que não sou eu apenas a ter essa sensação, pelo que afinal não estou errada quando me sinto tão ligada a determinadas situações e aos seres humanos que me rodeiam. Haja sensibilidade e cuidado com o "outro", sobretudo quando as ligações que temos com o "outro" são ou foram estreitas. Infelizmente o (bom) carácter apenas está ao alcance de muito poucos, cada vez me

Enigmas

 Não que a minha cabeça esteja neste momento perspicaz o suficiente para desvendar enigmas tortuosos, mas já há muito que desejava que fizesse parte da minha biblioteca, do meu espólio literário. Sem qualquer tipo de pensamento ousado de achar que vou conseguir resolver o mistério porque de facto não estou num momento nada argucioso e de raciocínio lógico.  Estou numa fase mais emocional que é a pior de todas para resolver enigmas. Mas…que assim seja. Vamos lá ler a obra. 

E chegamos à fase

 Em que, não sendo eu propriamente pequena, me sinto a encolher. Mas quem é que a autorizou a crescer com esta rapidez!?

13 Anos de Ti!

 Foi neste mesmo dia, 4 de Julho, pelas 15:48h, bom, uns minutos depois, que te puseram por cima do meu peito desnudado, pele com pele, e que te abracei pela primeira vez. Estava exausta, o trabalho de parto ainda não tinha terminado, mas a minha missão de te ajudar a vir ao mundo, estava cumprida.  Nasceste e contigo a maior alegria da minha vida; ser mãe. A tua mãe. És quem me fez ser mãe e contigo tenho aprendido tudo. Sei (quase) tudo a teu respeito, mas tens-me ensinado tanto sobre mim própria, que nem calculas.  Já tu, tu abraças-me em todos os momentos, mesmo quando os teus braços não estão em volta de mim. Abraças-me com o teu carinho, com a tua inteligência, com os teus sonhos, com a tua presença, tenacidade e sentido de justiça, com os teus dramas, com as tuas surpresas, gargalhadas e lágrimas. Quereres superar-te a ti própria, fazeres tudo pelos teus amigos e mesmo quando te desiludes, não perdes a fé na Humanidade.  Estás a tornar-te numa activista, defensora de causas, ent

Não podia deixar escapar

 O meu herói de sempre e os filmes que vi toda uma vida, sempre com o mesmo entusiasmo.  E agora, silêncio porque o filme vai começar!

É lindo, não é!?

 Um dia em modo princesa… haja motivos para celebrar!

Com o “Popas”!?

 A minha filha agora entrou na fase em que só gosta de ténis, ou…sapatilhas como se diz no norte. E como é esquisita, também só gosta de All Star, Vans, ou um modelo da Nike (não me ocorre o nome, mas parecem uma imitação estranha dos tais All Star). Portanto lá entrei no site da Vans para conhecer a oferta…e deparo-me com o Popas! Mas a nova geração não conhece os encantos do Popas. Na verdade não sei se achei piada, ou se detestei a ideia. Ainda tenho que pensar um pouco.
 ...e chega-se àquela fase do ano em que ao enviarmos emails, muitos deles geram um retorno de tipologia "out of the office" assim com duração mínima de 2/3 semanas. Resta-me desejar a todos umas boas férias, porque as minhas, também hão de chegar, mais mês, menos mês. I hope.

Ontem faltavam oito dias

 Tem andado em contagem decrescente há meses e então ontem decidiu ser explícita, não vá eu esquecer-me: " - Mãe, sabes que faltam só 8 dias para eu fazer anos?  - Por acaso até sei, eu também lá estava nesse dia!" - terminámos a rir as duas que nem umas tontas.

A empatia não tem estratificação social associada

 Para os lados bom e mau. Vejamos: no fim de semana num dia de calor infernal, dei comigo a ter que beber água num bebedouro público, e, surpresa das surpresas, a água até estava a sair relativamente fresca. Mas, quando lá chego, estavam 2 senhores sem abrigo com o seu cão, a encherem um garrafão com capacidade para 5 litros. Aproximei-me e obviamente disse-lhes "boa tarde" e, fiquei a aguardar pela minha vez. Nisto, eles retiram o garrafão e dão-me a vez, dizendo que o deles demoraria mais tempo a encher. Recusei, dizendo-lhes que quando lá cheguei eles já se encontravam a encher o seu garrafão, pelo que eu aguardaria pela minha vez, não sem antes lhes agradecer o gesto cavalheiresco e educado. E a partir daí, enquanto ali estive, foram de uma ternura e simpatia para comigo inexcedíveis; disseram-me que estava muito calor e que eu tinha mesmo que beber muita água e avisaram-me para ter cuidado com os bebedouros porque por vezes a água vem com sujidade, e devo sempre deixar c
 …ai Prigozhin que vais cair sem querer de uma janela abaixo ou vais ter contacto com polónio também sem querer…ou vais desaparecer misteriosamente também sem se perceber porquê. Ou estarei enganada!?

Ai se eu pudesse voltar atrás…

 

Entretanto ela rola e diverte-se imenso

 

Os seres humanos são de facto execráveis

 Esta semana o tema foi a barcaça submergível que, como já se sabe, terminou a sua epopeia de forma trágica. E desde que saíram as primeiras notícias, deparei-me nas redes sociais com comentários acerca da publicidade que estava a ser dada ao caso e a sua comparação com a crise dos migrantes, por exemplo. É incrível como aparecem uma série de beneméritos nestas situações quando se trata de comparar situações de pessoas com imenso dinheiro. A crise dos migrantes é algo devastador; jamais me esqueço da imagem do menino que apareceu na orla marítima na Turquia há uns anos, morto, imóvel, sozinho. Mas é por isso que se deve fazer troça, criar piadas e desvalorizar uma tragédia iminente ocorrida com 5 pessoas abastadas que decidiram ir ver os destroços de um barco afundado!? O facto de terem muito dinheiro e interesses algo discutíveis, torna-os elegíveis para uma morte trágica ou para serem alvo de piadolas estúpidas? Qualquer ser humano faz com o seu dinheiro aquilo que bem entender, mas,

Alegrias

 Dei-lhe o céu, a Lua e as estrelas assim que nasceu. Ela, por sua vez fez-me renascer, dando-me uma outra vida, que até aí desconhecia. E assim é há 13 anos. Temos dificuldades. Ver nascer uma mãe e criar um filho, é difícil, é duro. Há dias que parecem impossíveis de superar, desafios constantes, decisões e escolhas.  Mas não há sensação melhor do que criar um filho e vê-lo crescer com carácter e bons alicerces. E sobretudo, vê-lo brilhar. Mais um patamar transposto. Brilhante na escola como sempre. Num ano de viragem com mais disciplinas, disciplinas novas, daquelas que se gosta ou se odeia, uma turma muito complexa e difícil pautada por mau comportamento, rebelião e insucesso, vê-la transitar para o oitavo ano com uma média final de 4,7 em 5, é um orgulho. É transbordar de orgulho pela criança que é, pela filha maravilhosa (mas difícil) que tenho. Mas se não fosse difícil, não teria tanto encanto. Que benção! Que filha incrível. Eu sabia que deixar-lhe uma herança tão valiosa quant

Acho piada aos gregos

Trabalho directamente com Equipas de vários países, entre os quais, a Grécia; e não gostasse eu de Filosofia ainda me espantaria com alguns nomes que me aparecem, mas não. O que eu acho mesmo piada é que diminuem sempre os nomes próprios e ainda por cima devem ter uma tabela de nomes reduzida, o que faz com que dialogue com várias pessoas com o mesmo nome, ainda por cima abreviado - e na minha cabeça, à frente da abreviatura, tenho que colocar sempre algo mais, caso contrário não funciona. Mas vamos lá abreviar: Nikolaos = Nikos Panagiotis = Panos Filippos - Pippos Também existem os Tanus, cujo nome original ainda não consegui sequer capturar. Sendo assim, vou dizer-lhes que eu passo a ser a Tanokas! Uma pessoa vê-se grega com isto!

Desgraças

 Enquanto estou parada à espera que o semáforo fique verde, ou penso na vida, ou observo o que se passa à volta. Hoje, estava a observar o cartaz afixado na Praça de Campo Pequeno com os próximos eventos e deparo-me com a "informação de festas" para o corrente mês. Eu não aprecio arraiais. Nem feiras e romarias. Mas respeito quem os aprecia, e já me vi envolvida nesses meandros; por vezes lá calha.  O que me chocou naquele cartaz foi ler que um dos "cabeças" para um determinado dia é o "Zé Cabra". Lembro-me que este senhor apareceu no início da minha idade adulta, lá para os fins do meu percurso universitário, e se um Quim Barreiros ainda me faz rir, embora não consuma o seu tipo de sonoridade, um Zé Cabra causa-me pena. Não acho que o senhor seja um desgraçado, longe de mim, mas acho que é apenas trágico apresentar-se em público, gritar que nem um suíno no matadouro prestes a levar com o corte final e ainda ganhar dinheiro com isso. Quem paga, ou ouve mes

Há coisas que nunca mudam

 Quando a miúda era pequenina, entre as classes bebé e pós-bebé, eu até saltava de onde quer que estivesse quando a ouvia a rir-se sozinha. Umas gargalhadas a atirar para o quase diabólico. Era sinal que estava a fazer disparates e a divertir-se com isso.  Na actualidade é igual, e o meu nível de pânico muito superior, porque os disparates estão à escala de um ser humano com 13 anos de vida e muita criatividade e inteligência à mistura. Imagine-se eu no meio de uma reunião com câmara ligada e ter que a desligar abruptamente para ver qual a dimensão da última invenção. Enfim, as nossas vivências domésticas poderiam dar uma boa comédia, com cenas de terror à mistura.

Podia dar-me para pior

 Já não bastava uma aula puxadíssima de Body Pump, ainda fui para o treino funcional e reforcei o treino de pernas. Cheguei ao ponto em que as pernas me tremiam e, mesmo assim, persisti. Treinei por 2 horas e meia. Foi duro.  Em casa, foi dia de lavar a janela do quarto da minha filha. Estores, caixilhos, vidros…sim, porque quando faço, faço bem e a preceito. Se há coisa que me faz confusão é conhecer casos em que têm sempre os vidros “lavados”, mas os estores nunca viram água, a não ser a da chuva. Ou entrarmos em casas que parecem limpas, mas que acumulam porcaria por detrás dos móveis e electrodomésticos, fios de candeeiros, etc.  Pois eu, ao fazer, faço bem, e claro, demoro. E fico com as mãos num caos, e firo-me, e fico com nódoas negras, tal não é a violência da limpeza. Mas tudo bem, escusava era de ter sido num dia em que fui ao limite no treino físico e já estava dorida.  Neste momento estou que nem me posso mexer, mas com a sensação de missão cumprida, aquela missão a que hoj
 E aqueles dias em que estamos muito bem, nos ligam de um concessionário com o convite para ir assistir à apresentação de um carro que nós não vamos comprar...só porque não podemos, porque querer, até queremos. A pessoa é sincera e diz isso mesmo e persistem: "Ah, mas venha na mesma, fazemos questão!" Não seja por isso, dar uma voltinha num carro a cheirar a novo é uma boa forma de ter um programa inesperado. Também o podiam emprestar durante um fim de semana. Não me importo de fazer publicidade dessa forma tão desinteressada.

E que venha o próximo

 Diz ela, e eu respiro fundo por não ter que me levantar todos os dias, durante 3 meses, às 6.30h. Na verdade foi um ano lectivo que passou a correr, ela continua a gostar muito de aprender coisas novas, continua a ser responsável, dedicada, briosa e boa aluna. Abraçou uma série de projectos e novas actividades, deixei-a perseguir esses sonhos, embora atenta, para que não resvalasse perante tanto desafio, mas ela, com a mestria de sempre, superou, superou-se. Não me surpreendeu, porque ela é brilhante, e eu sei disso, mas a cada dia que passa, o meu orgulho nela, aumenta, se é que isso é possível.  Hoje dizia a avó, que fechou os olhos, e voltou a vê-la em bebé, aquela fofura com as bochechas mais deliciosas de sempre. Eu, eu vejo-a de todas as formas num dia só. Em certos momentos, parece que já é ela a tomar conta de mim, preocupada com o meu bem estar e com o alcance da minha felicidade. Em todos os outros momentos eu vejo-a como a minha obra viva, aquela que precisa que eu cuide, q
 Hoje a minha filhota está toda feliz. Participou na elaboração de um mural que vai ser visto pelo Papa (veremos) na próxima JMJ. Tirou uma fotografia com um pincel, está cheia de tinta, mas tudo em prol da mensagem. Pintou um arco-íris. Pelo seu significado, pela perspectiva de ser visto pelo Papa…está com um sorriso rasgado. Eu também, por vê-la assim. 

O meu jardim

 Estou tão encantada com o meu jardim tropical e com a paz que ganho só de olhar para ele. Admiro-o, sorrio…não se trata “apenas” de plantas. Vai muito além de botânica. É a vida no seu esplendor, na sua beleza, na inexistência de maldade. É paz no seu sentido mais puro.  …mas a Ritz continua a expressar medo da mandragora. Onde eu vejo paz, ela vê trevas. Haverá explicação mais fácil para as concomitâncias da vida!? O que eu vejo belo, ao meu lado verem como horrível!?

Resumo do drama de hoje

 O drama começa logo por estar a trabalhar e toda a gente a dizer que é feriado. Atenção, não tem qualquer problema estar a trabalhar, pelo contrário, o problema é receber interrogações por estar a trabalhar e ser feriado. Que mentes pequenas...lamento constatar. Portanto seguindo a linha de raciocínio de mentes pouco abrangentes, os hospitais também deveriam estar fechados, os supermercados, centros comerciais, postos de abastecimento, restaurantes - é feriado, logo não se trabalha pois está claro! Portanto, não façam interjeições nem refiram que eu estou a trabalhar num feriado.  Adiante. Tenho cá a minha companheira de casa, pois está claro. É feriado! E então começou a manhã a chorar porque a Animadora da escola se tinha esquecido de a convidar para uma actividade da escola.  Desdramatizei e disse-lhe para falar com ela e esclarecer; lapsos são algo inerente à espécie humana. Falou com a pessoa que prontamente lhe enviou o convite. Afinal aquilo coincide com uma hora complicada e p

Oups 🫣

 Estava ali uma bebé! 13 anos atrás…
 Existem alturas mais prolíferas em desaparecimentos do que outras. Vejo este período como activo nessa matéria. Pessoas mais jovens, na meia idade, mais velhas mas que ainda tinham muito para dar e até pessoas que já vão bem além dos 90. Enfim, não há critério. Ontem soube da morte de um grande cientista, antropólogo e que em muito contribuiu para o conhecimento e o ensino das ciências sociais não só em Portugal como noutros países, nomeadamente Brasil e Itália. Robert Rowland, de facto um antropólogo a lembrar sempre. Os meus pensamentos estão também com a família, sobretudo a minha colega de curso que lembro com muito carinho, e por quem soube ontem da partida do seu pai. Mais um exemplo de que a sua obra perdurará e se prolongará para além da sua vida.

O que eu gostava de ter um jardim

 Um mini jardim botânico em casa. E também gostava de ter uma horta, pequenina. Já me estou a imaginar de crocs foleiros a tratar da horta e do mini jardim.  Não tenho grande apetência para hortas a sério com beringelas, pepinos, batatas e cebolas, confesso. Estou mais vocacionada para coisas pequenas; ervinhas aromáticas, alfaces e morangos. Ai…o que eu gostava.  A Câmara Municipal decerto não iria aprovar o meu pedido para um jardim suspenso aqui em casa, mas não sabem o que perdem. Seria a oitava maravilha em potência. Já estou a imaginar a romaria para admirar os Jardins Suspensos da Tânia! Enquanto isso, admiro o meu terrário, a opção três, quando não se habita numa moradia, ou não se tem uma varanda. Também não faz o meu género vasos no chão ou nos móveis, com aqueles pratinhos com água…a verter por todos os lados e deixar marcas no chão…de facto não.  Portanto, tenho a versão possível e com classe do meu mini jardim botânico tropical. E que gozo me dá acompanhar o ciclo, a fotos

E acerca do melhor que lhe posso deixar

 As tais memórias... No ano passado ainda consegui(mos) convencê-la que era cedo para essas coisas e que ainda era pequena e não se notava e tal. Mas quando ela me diz que é o último dia da criança porque daqui a 33 dias faz 13 anos e passa a ser oficialmente adolescente (ainda não percebeu que mesmo que tenha 60 anos e eu 92, vai ser sempre a minha criança) rendo-me às evidências e deixo-lhe mais uma memória e esta, é inesquecível: a primeira depilação, com cera e todos os "ais" a que teve direito. Nunca com a minha mãe tive este à vontade nem tão pouco a minha mãe me permitia tal acto com esta idade; gozavam comigo na escola até que um dia, bem mais tarde do que estes 12 para 13 anos dela, peguei numa gilette e claro, correu mal, cortei-me toda, e ainda levei um par de estalos. Lá está, fiquei com essa má memória. Que me serviu para aprender como não proceder, no futuro, caso tivesse uma filha. Partilhei com ela este momento que parece banal, mas é muito importante na vida