E do nada, surpreende-me com a sua graça.
Quando era pequenina não se podia dizer perto dela que não se apreciava isto ou aquilo, pois ela, por solidariedade dizia também não gostar e era um problema. Se fosse eu então, não falhava. Era o seu exemplo e nem sempre, o melhor. Sendo assim tive que contornar situações, nomeadamente a minha intolerância às sardinhas. E ela que desde bebé, adora sardinhas.
À medida que ia crescendo e atenta como é, percebia que eu não tocava nas ditas. E lá dizia “mamã, puque tu não comes saldinhas? É bom mamã, come!”
E eu lá dizia que estava a comer carapaus mas que já ia às sardinhas, mas na realidade não só não ia, como não fui, nem vou.
Há uns dias, a despropósito disse-me assim:
“Sabes mãe, eu sei que tu não suportas sardinhas, escusas de disfarçar. Mas eu gosto na mesma, tá!?”
Em suma, fui mais do que apanhada e nem sequer foi na curva.
E como lidar com o facto dela ter desvendado o meu segredo!?
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