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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2020

Por este andar talvez seja melhor prolongarem os prazos...

Iniciar processos de matrículas com este tipo de constrangimento, não me parece um bom augúrio!
Embora as duas últimas semanas de “aulas” tenham sido muito tranquilas, talvez para compensar os últimos 3 meses em que tive dias muito complicados, apenas se operou o final do ano lectivo na passada sexta-feira. Não houve a habitual festa de final de ano, não houve abraços nem despedidas a sério. Foi mais uma meeting  on-line com crianças um pouco tristonhas e professores muito emocionados. Crianças que vão mudar de escola e que provavelmente não se verão no futuro muitas vezes, ou mesmo nenhumas. Estes 4 anos passaram num ápice e nunca nos passou pela cabeça vivenciarmos uma Pandemia e tudo o que lhe está inerente. Já tive dias em que estava muito optimista face a esta situação, já tive dias em que baixei um pouco os braços. Realmente a reclusão forçada é um grande instrumento de punição, mas desta vez estamos inocentes e não há instância superior que nos liberte. Resta aprender a viver assim. Aceitar que a vida, tal como a conhecíamos, bem como a tão famigerada Liberdade, não volt

Por estes dias faz todo o sentido

O primeiro mês

O relógio marcava as 3.40 da madrugada quando o Zé partiu, há um mês atrás. O meu telefone tocou pelas 4 da manhã e quando ouvi o seu som, já sabia o que aí vinha. É típico se o telefone toca de madrugada, ser uma má notícia que aí vem. Umas horas antes tinha comentado com a minha irmã que oxalá estivesse enganada mas parecia-me que lhe restavam escassas horas de vida...mas a verdade é que até ao fim, esperei um milagre. Umas melhoras repentinas. O Zé não é desses de virar costas. O Zé manteve-me no seu coração mesmo após o final da união com a minha mãe...o Zé...é o Zé e não morre. Não morre de facto nos nossos corações, não há dia que passe que as memórias que tenho dele não me ocupem parte do pensamento. Esta saudade que dói.

E já vai no 36

Fenómenos

Não sei qual a relação entre o crescimento da minha filha e o Covid-19 mas a verdade é que os sapatos deixaram quase todos de servir e sucedem-se conjuntos de roupa na mesma situação. Já são 6 sacos enormes cheios de roupa para dar e parece que ainda não fica por aqui. Já não faltava o investimento necessário em máscaras e soluções alcoólicas, ainda tem que se renovar o roupeiro e a sapateira da criança!

Nunca sabemos qual o melhor caminho

Hoje decidi deixar a miúda no Centro de Estudos. Tenho a cabeça em água, algumas responsabilidades em nítido overdue, reuniões e alguma necessidade de poder usufruir de algum silêncio. Se foi a decisão certa em tempos de pandemia e com os números conforme estão...não sei. Mas precisamos ambas de ir de encontro a alguma sanidade mental e esta reclusão forçada sem termos cometido crime algum não nos está a aportar grande valor. Foi com todas as ressalvas, todos os avisos, e instada a cumprir com toda a profilaxia e regras...eu respirei fundo quando a deixei, ela saltitava com a sua mochila carregada de livros. Espero que o meu (bom) senso não me deixe ficar mal e esta saída não se traduza a curto praxe numa má escolha. A verdade é que estou cheia de saudades dela. Faz-me falta ter aqui o meu pintainho a fazer disparates e eu a hiperventilar com uma carga de nervos mas....estávamos a precisar de umas horas longe, para que o nosso próximo abraço seja ainda mais apertado. Sim, já há três

João Só e Abandonados - Sorte Grande com Lúcia Moniz

E hoje, passados 98 dias, voltei a pisar o chão do meu escritório. Desde que lá trabalho, há quase 2 décadas, foi a primeira vez que estive tanto tempo sem lá ir. Nem quando nasceu a minha filha, passei tanto tempo sem lá ir "matar saudades" do local onde passo grande parte da minha vida. Soube bem ver que não está tudo igual, sofreu uma remodelação que o fez ficar ainda mais luminoso e aprazível, mas foi ainda melhor ver alguns colegas que lá estavam, sorrir-lhes mesmo que com uma mascarilha pelo meio, ver a Maria que já é uma Instituição naquele edifício, a senhora da equipa de Segurança, os senhores do café e afins - caras conhecidas e com as quais lidamos anos a fio. Sim, sou mesmo uma pessoa de afectos, que gosta de estar junto de quem, mesmo que a um nível ínfimo, me faz bem e que, acima de tudo, gosta de os saber bem. A vida como a conhecíamos fez uma pausa, mas continua aí à nossa espera.
O ano lectivo terminou, ou quase, e eu tive dos 3 meses consecutivos mais longos e inesperados da minha vida. Confinamento, sobreposição de trabalho e escola em casa, neuras, dúvidas, a degradação do estado de saúde do meu padrasto e a sua consequente partida, o vazio que se começa a sentir em contraposição aos momentos em que parece que foi um pesadelo e ele continua feliz da vida lá por Setúbal, perceber o verdadeiro valor da amizade e da fraternidade que nos fazem aproximar ou afastar de pessoas que fazem, fizeram ou farão parte da nossa vida...enfim, foi um misto. Nunca na minha vida passei por um período em que tivessem sucedido tantas coisas ao mesmo tempo e com resultados tão antagónicos para a minha vida. Por este andar, este ano promete sacudir ainda mais estas emoções e talvez nos torne, pelo menos aos que temos vontade de melhorar algo em nós, um pouco mais sábios e aprendamos a relativizar ainda mais. Não vale mesmo a pena perder tempo com coisas medíocres. A vida tem tan

Não me consigo habituar a estes ritos de passagem "americanizados"

Mas a verdade é que a miúda se graduou na Instrução Primária e ainda que não tenha as notas finais na minha posse, a avaliar pelo aproveitamento ao longo do ano, acredito que com distinção! My beloved daughter. Riqueza de sua mãe!
Em anos anteriores nesta altura ando numa roda viva com o planeamento da festa de anos da minha piolha. Festa dos miúdos para um lado, festa da família para outro, o rei da festa que é sempre um bolo maravilhoso e lindo, ela fala no assunto nas semanas precedentes e é uma animação. Achei que a passagem para os 10 anos merecia uma celebração ainda com mais alegria e pompa...mas não. Quis a vida que este ano nos pregasse uma grande partida e a cada vez mais sentida ausência do avô faz com que se celebre sim, mas com a devida contenção, já que os tempos não são de muita alegria. Então e o presente da criança? Outra dor de cabeça que a tia assumiu inteiramente e a esta hora deve estar a tratar do assunto. Que vida esta, nada acalma e o tempo urge.

Pequenos safanões no estomago

Quando a Professora hoje comenta à turma que o trabalho para a próxima semana é fazer uma cartola, a pasta de finalistas e um vídeo em que incluam o que mais gostaram de aprender ao longo dos últimos 4 anos e uma mensagem para os colegas. Sim, sou à antiga - a minha filha que ainda ontem à noite me pontapeava a barriga, não me deixava ter posição para dormir com um barrigão de 9 meses, está a terminar a 4ª Classe. Como é possível!?

Por mais que eu ache que a minha vida não é isto

E considere que não me vou adaptar à função de preceptora, a verdade é que de há quase 3 meses a esta parte, a minha vida tem sido mesmo isto: