Vou começar pelo fim:
O meu telemóvel toca e do lado de lá é a minha filha. Sem saudação ou nada que o valha.
"Oh mãe, porque é que me ligaste!?" - tudo isto com um ar "pidesco".
É uma forma inadequada de iniciar uma conversa e do tom, já nem se fala. Resquícios de adolescência, comportamento em contexto de grupo e toda uma teoria sociológica à mistura, porque educação em casa, ela tem.
E por que motivo lhe tinha eu ligado uma hora antes, com o cuidado de saber que ela estava em tempo de pausa?
Porque ela passou o fim de semana doente, ontem esteve na cama quase todo o dia, levou medicação para tomar na escola e...creio que é o bastante para se ligar a uma filha.
Não era o momento para me chatear e lhe dizer algo mais profundo, pelo que me limitei ao seguinte:
"Liguei porque queria falar contigo. Foi a principal razão da minha chamada. De resto, foi mesmo para saber se estás melhor e não te esqueceres de tomar o medicamento a horas. Beijinhos e já sabes que quando quiseres me podes ligar, caso necessites da mãe."
Recebi um "tchau". E é isto.
Não vou começar a semana a irritar-me. Porque ela está doente, e isso já de si é chato, e ela própria, é chata também.
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