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A morte para uma criança de quase 3 anos

Ontem falámos por qualquer motivo na morte de alguém, nem me recordo bem, mas pelos vistos ouviu a palavra e estranhou.

E hoje perguntou o que é "morreu".

Pois é, entrámos na fase das perguntas de resposta complexa; explicar a morte. A ideia da estrelinha no céu e de que todos vão para o céu é bonita mas parece-me romântica demais para o tema em questão; a verdade é que tão pouco encontro explicação melhor para se dar nesta idade.

Sem fazer grande alarido lá lhe disse que por vezes as pessoas têm um dói-dói muito grande, mas mesmo muiiiito grande e têm que ir embora e depois continuamos a vê-las nas fotografias, nas filmagens, como foram para muito longe, não podem estar ali a brincar connosco.

Tal como a avó Isabel; tu sabes quem é a avó Isabel, é a avó da mamã e da tia, mas nunca a viste, mas sabes quem ela é, porque a vês nas fotografias em casa da mamã e da avó e porventura do bivô - disse-lhe eu, e ela escutou com muita atenção.

E é isso filha...por momentos creio que ficou esclarecida.

Gostava um dia de a levar ao jazigo da minha avó, mas não porque ache que seja cedo fazermos essa visita, o cemitério, tipicamente português, embora seja pequenino e tranquilo, até chegarmos à zona dos jazigos tem aquele peso das lápides com muitas cruzes e rócócós e não me parece adequado que para já fique com essa imagem.

Veremos quando voltar novamente à carga.

Comentários

É mesmo muito difícil de explicar, nem que não fosse por nos ser muito difícil de aceitar.

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