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O ano do “chuto”

 Bom, vamos lá ser rigorosos, que não foi propriamente para a veia. Mas este ano que ainda não terminou já fiz análises ao sangue, raio-x ao pescoço, ecografias várias, mamografia, uma injecção para tratar os efeitos decorrentes de uma vacina e 3 vacinas, tendo hoje levado a da gripe.

E em hora boa. Porque no ano passado à conta de muita gente histérica que nunca levou a vacina e que por ignorância e tacanhez pelo sim pelo não optou por levar uma contra a gripe para não ver 2 Covid’s a voar e eu que tenho algumas vulnerabilidades ao nível do aparelho respiratório fiquei à espera….não desesperei, mas não achei justo.

A variável idade não pode por si só ser uma condição sine qua non para ultrapassar numerus clausus. Se não há vacinas para toda a gente, tudo bem que priorizem as pessoas com 80 anos ou mais, mas daí para baixo, privilegiar quem tem mais vulnerabilidade, que não apenas cancro, asma, HIV e afins. Se uma pessoa com 11 pneumonias no histórico não é elegível então porque é que uma pessoa com 65 e sem histórico de patologias passa a ser!?

Temos algumas variáveis em jogo: probabilidade de contrair nova pneumonia ou pneumotórax e não aguentar, sendo que já aguentei 11 e há quem morra à primeira; a minha capacidade pulmonar reduziu sobretudo com a última incidência; se eu ficar de baixa vou custar mais ao Estado do que um reformado; se eu morrer, só têm desvantagens porque ainda me esperam para aí 25 anos de descontos e se eles me esmifram com toda a força todos os meses, é mais um subsídio de funeral e digo já que a minha urna vai ser das mais caras porque não vou para a vida eterna num caixão piroso; a minha família processa o Estado porque vai existir um nexo de causalidade entre o não ter tido a possibilidade de fazer a profilaxia que me impediria de ter uma gripe forte que no meu caso muitas das vezes é o que vai ajudar a que se desenvolva a pneumonia; a minha filha fica sem mãe e o Estado ainda tem que desembolsar uns trocos por mês a título da pensão que tem direito por morte da mãe. E há muito mais argumentos práticos que corroboram o facto de sair mais caro ao Estado neste momento ter-me morta do que me manter viva por mais uns tempos.

De resto, a minha vida não vale mesmo muito mais. 🤪

Resultado, parece que alguém lá em cima me deu razão que ontem me ligaram e hoje já tenho a Influvac Tetra a percorrer-me o corpo e os meus anti-corpos armados até aos dentes a combaterem os agentes invasores. Está para aqui uma guerra que o braço até já começou a doer. 

E pronto é isto - por vezes uma reclamação na altura certa e com pragmatismo resolve muita celeuma e até pode prolongar vidas.

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