Avançar para o conteúdo principal

Quando voltamos aos lugares em que já fomos tão felizes

Não visitava Coruche há uns bons anos, mas é uma vila que me irá ficar na memória para todo o sempre. Aqui viveram durante muitos anos os pais do meu padrasto, e aqui fui tantas vezes na minha infância, aqui passei férias, aqui experimentei os meus primeiros momentos de liberdade, sem a mãe coruja com a sua extrema proteccção.

Íamos ao cinema ao ar livre - chamavam-lhe a "Esplanada", comprávamos chocolates e rebuçados, andávamos pela vila a tarde inteira na brincadeira, chegávamos à noite estoirados, mas felizes.

Banhos de mangueira, retirar água do poço, comer figos directamente da figueira, sem lavar e nunca apanhámos uma única dor de barriga. Natais, Páscoas, aniversários….e todos juntos.

Já partiram entretanto alguns, avós, tia, tios mais velhos...mas as memórias, de facto, nunca partem, ficam impregnadas em nós, fazem parte de nós.

Hoje o regresso trouxe-me aqueles lugares que frequentei à memória, as ruelas, as estórias e veio uma saudade boa, daquela em que sorrimos em vez de chorar ao lembrar o quão felizes fomos e não sabíamos.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Já começo a sentir o cheiro a férias...

Embora esteja a braços com uma bela gripe de Verão; antes agora, do que daqui a uns dias.

Portugal, aquele tal Estado laico que nos enfia pelos olhos e pela alma dentro os desígnios da suposta fé Católica

 Eu aprecio o Papa Francisco e respeito quem tem fé, quem acredita. Deus pode ser adorado de várias formas, mas o fausto e a sumptuosidade da Igreja Católica não são de todo o que vem nas Escrituras. E defendo que cada vez mais deveriam eclodir os valores da humildade e do amor ao próximo e sobretudo canalizar a riqueza para onde ela é mais necessária. Sejam verbas da Igreja, dos fiéis ou do Estado, e nesse Estado também entro eu, acho vergonhoso o aparato que tem uma jornada destas. A sua essência é um bluff.  Sejam jovens, adultos, ou idosos, a clara maioria dos envolvidos nesta epopeia não vale nada, não faz nada para que a sociedade em que vivemos seja melhor. Porque pouco faz no seu “quintal”, para com as pessoas com que se cruza, para com o vizinho do rés do chão, para com a/o namorada/o que dizia amar como jamais amou alguém e no dia seguinte, o melhor que tem para dar é…ghosting; para com os avós, os tios, os pais…ou um desconhecido que precisa desmesuradamente de ajuda. As cri